
Imagine viver num dos estados mais ricos do país e ainda precisar conviver com esgoto a céu aberto. Pois é, essa é a realidade de boa parte de Santa Catarina – e os números são mais cruéis do que se imagina.
Dados recentes, sabe como é essas pesquisas que sempre trazem surpresas desagradáveis, mostram que apenas 34% da população catarinense tem acesso à rede de esgoto. Sim, você leu certo: apenas um em cada três habitantes conta com esse serviço básico. O resto? Bem, o resto se vira como pode.
Um Retrato que Ninguém Quer Ver
O cenário é desigual – pra não dizer injusto. Enquanto algumas regiões parecem Europa, outras vivem num Brasil esquecido dos anos 60. A região do Vale do Itajaí, por exemplo, aparece relativamente bem na fita, mas o Oeste… ah, o Oeste catarinense conta uma história totalmente diferente.
E não é só questão de conforto. A falta de saneamento básico adequado traz consequências sérias – e caras – para toda a sociedade. Doenças que deveriam estar erradicadas, como diarreia e leptospirose, teimam em aparecer. Crianças faltando na escola. Adultos perdendo dias de trabalho. O preço da negligência é alto, muito alto.
Água Potável: Um Alívio no Meio do Caos
Aqui vai um dado que pelo menos traz algum alento: 92% da população tem acesso à água tratada. Mas mesmo assim, convenhamos, ainda falta bastante. Quase 300 mil catarinenses ainda bebem água de qualidade duvidosa. Em pleno 2025.
E tem mais: só 49% do esgoto gerado no estado é tratado. O resto? Vai para rios, lagoas e… bem, melhor nem pensar muito sobre onde termina.
Metas Ambiciosas e Realidade Crua
O Plano Nacional de Saneamento Básico estabeleceu 2033 como meta para universalizar o acesso. Mas entre papel e realidade existe um abismo – e Santa Catarina precisa correr muito para não chegar atrasada nessa festa.
Investimentos pesados são necessários. Gestão eficiente também. E vontade política, muita vontade política. As concessionárias privadas, como a Aegea, tentam fazer sua parte, mas o buraco (sem trocadilho) é bem mais embaixo.
O que me faz pensar: como um estado tão desenvolvido em tantas áreas consegue negligenciar algo tão fundamental? Às vezes a gente avança tanto em coisas complexas que esquece do básico. Irônico, não?
Enquanto isso, milhares de catarinenses seguem esperando pelo direito mais básico: o de viver com dignidade. Esperamos que essa espera não precise durar mais oito anos.