
A situação no Amapá está crítica, francamente. A São Camilo, uma das principais entidades de saúde do estado, simplesmente puxou o tapete do SUS — e não foi por pouco. Estamos falando de quase um bilhão de reais em dívidas acumuladas, uma verdadeira fortuna que o governo simplesmente ignora.
Parece brincadeira, mas não é. Desde esta terça-feira (15), quem depende do SUS através da São Camilo está na mão. Consultas, exames, procedimentos — tudo parado. E olha que a entidade atende uma parcela significativa da população, especialmente os mais vulneráveis.
O que levou a essa situação extrema?
Bom, vamos aos números que doem: R$ 987 milhões. Sim, você leu certo. É dinheiro que deveria ter sido repassado há tempos para custear os serviços prestados à população. A São Camilo aguentou o tranco enquanto pôde, mas chegou num ponto insustentável.
"A gente tentou de tudo", desabafa um funcionário que preferiu não se identificar. "Reuniões, ofícios, mais reuniões... Mas a conta não fecha. Como manter os hospitais funcionando sem recursos?"
E a população, como fica?
Essa é a parte mais triste da história. Enquanto governo e entidade se digladiam nos bastidores, quem paga o pato é o cidadão comum. Dona Maria, 67 anos, que faz tratamento de hipertensão no posto da São Camilo, está desesperada.
"Fui lá hoje e me mandaram embora. Disseram que não tem mais atendimento. E agora? Vou morrer?" — a pergunta dela ecoa o desespero de milhares.
O que me deixa realmente indignado é que isso não é novidade. O Amapá vive uma crise crônica na saúde, mas R$ 987 milhões é um rombo que beira o absurdo. Como chegamos a esse ponto?
- Falta de planejamento orçamentário
- Má gestão dos recursos públicos
- Prioridades invertidas na administração
- E o povo, sempre o povo, sofrendo as consequências
Há solução à vista?
O governo do estado emitiu uma nota dizendo que "estuda alternativas". Francamente, essa lenga-lenga já cansou. Enquanto estudam, pessoas reais precisam de atendimento real.
A São Camilo, por sua vez, afirma que a decisão foi dolorosa, mas necessária. "Não temos como manter as portas abertas sem o repasse devido", explica um representante da entidade.
O que me preocupa — e muito — é o efeito dominó. Será que outras entidades vão seguir o mesmo caminho? A situação é tão grave que chega a dar calafrios.
Enquanto isso, nos corredores do poder, a música continua. E no posto de saúde, o silêncio dos equipamentos desligados conta uma história diferente: a do descaso com a vida humana.