
Parece que o tempo parou no principal pronto-socorro de Rio Branco. Quem chega lá desesperado, buscando socorro, acaba encontrando um cenário que mais parece pesadelo. E o pior? A situação é oficialmente grave.
Uma vistoria técnica realizada nesta semana escancarou o que os usuários do SUS já sabiam na prática: o lugar está funcionando - se é que podemos chamar disso - com deficiências críticas. Não é exagero. Estamos falando de falta de equipamentos básicos, problemas sérios na rede elétrica e até medicamentos essenciais sumindo dos armários.
O Retrato da Negligência
Os técnicos que percorreram as instalações devem ter sentido um calafrio. Imagina só: na sala de estabilização, onde pacientes em estado grave chegam a cada minuto, faltam coisas básicas. Coisas que fazem a diferença entre a vida e a morte, literalmente.
E não para por aí. A rede elétrica do prédio dá sinais claros de que pode pifar a qualquer momento - e ninguém quer imaginar uma queda de energia durante uma cirurgia de emergência, né? Os geradores de backup, aqueles que deveriam salvar o dia nesses momentos, simplesmente não existem. Ou se existem, estão tão bem escondidos que ninguém encontrou.
Medicamentos Sumindo e a Dor do Paciente
Aqui vai uma que dói no bolso e na consciência: vários medicamentos de alto custo, aqueles que o governo gasta uma pequena fortuna para adquirir, estão com os prazos de validade vencidos. É dinheiro público literalmente indo pelo ralo enquanto pessoas precisam desses remédios.
E os pacientes? Bem, esses continuam chegando. Com dores, com febres, com cortes profundos e corações apertados. Eles não sabem - nem deveriam precisar saber - que a estrutura que deveria salvá-los está mais para um campo minado do que para um centro de saúde.
O Que Dizem as Autoridades?
O secretário de Saúde, Alysson Bestene, assumiu que a situação é preocupante. Palavras dele, não minhas. Ele prometeu que vai cobrar explicações da empresa terceirizada que administra a unidade. Resta saber se essa cobrança vai vir acompanhada de ações concretas ou se vai ficar só no discurso.
Ah, e detalhe: a tal empresa já recebeu uma notificação formal. Tem 15 dias para apresentar um plano de ação detalhado explicando como pretende resolver essa bagunça toda. Quinze dias! Parece pouco tempo considerando o tamanho do problema, mas é o que temos.
Enquanto isso, a população segue dependendo de um serviço que claramente não está dando conta do recado. E o pior? Muita gente nem tem alternativa - é ali ou nada.
O que me deixa pensando: até quando vamos aceitar que a saúde pública seja tratada como questão secundária? Porque o pronto-socorro de Rio Branco não é caso isolado. É sintoma de uma doença muito maior que afeta o SUS como um todo. E essa doença, meus amigos, parece estar longe de encontrar cura.