Primeira captação de coração em Várzea Grande homenageia jovem doadora
Primeira captação de coração em Várzea Grande homenageia doadora

Um momento de profunda dor foi transformado em um ato de solidariedade que salvará várias vidas. Neste sábado (6), o Pronto-Socorro de Várzea Grande realizou sua primeira captação de coração, um procedimento histórico que também envolveu a retirada de rins, córneas e fígado de uma jovem doadora. Familiares, amigos e profissionais de saúde se reuniram para uma homenagem emocionante à mulher que deu a chance de recomeço a pacientes em lista de espera.

Um corredor de flores e gratidão

Antes de a jovem ser encaminhada ao centro cirúrgico, um corredor solene foi formado por quem a amava e pelos funcionários do hospital. Imagens registram o momento em que a doadora é conduzida em uma maca, enquanto todos depositam flores sobre o leito. A cena, carregada de emoção, simbolizou a despedida e o agradecimento por um gesto de extrema generosidade.

A direção da unidade de saúde enfatizou a magnitude da decisão familiar. "A decisão da família, tomada em um momento de grande fragilidade, representa um gesto de solidariedade capaz de transformar a dor em esperança para pacientes que aguardam na fila de transplantes", destacaram. Este foi o terceiro procedimento de captação de órgãos realizado pelo hospital apenas em 2025.

Uma logística nacional e o transporte do coração

A operação mobilizou uma complexa rede de apoio e expertise. Equipes de diversas regiões do Brasil, integrantes das Redes Interestaduais de Saúde (RIS), deslocaram-se até Várzea Grande para participar do procedimento. A ação contou com o suporte conjunto de:

  • Guarda Municipal
  • Polícia Militar
  • CIOPAER
  • Força Aérea Brasileira (FAB)
  • Secretaria Estadual de Saúde

Dada a sensibilidade do órgão, o coração seguiu um protocolo rigoroso de transporte. Após a retirada, foi levado a um ponto de apoio próximo ao Pronto-Socorro e, em seguida, transportado de helicóptero até o aeroporto. Todo o processo, desde a captação até o transplante no receptor, ocorreu dentro do limite máximo crítico de quatro horas.

Órgãos seguem para salvar vidas em todo o país

Além do coração, os outros órgãos captados também iniciaram sua jornada para dar nova vida a pacientes em diferentes localidades. O fígado, por exemplo, seguiu para a mesma região do receptor cardíaco, utilizando uma combinação de transporte terrestre e aéreo conforme os protocolos da Central de Transplantes. Já os rins e as córneas foram destinados a pacientes em outras partes do Brasil.

O procedimento em Várzea Grande reforça a importância das redes de captação e doação, mostrando como a atuação coordenada entre hospitais, equipes médicas especializadas e forças de segurança pode otimizar o tempo e viabilizar transplantes de órgãos considerados mais sensíveis, como o coração.