
Que situação, hein? Porto Velho está afundando literalmente — e não é só por causa do Rio Madeira. Um estudo recente colocou a capital rondoniense como a segunda pior cidade do país quando o assunto é saneamento básico. E olha que a competição estava acirrada...
Dados do Instituto Trata Brasil mostram números que dão calafrios: apenas 11,7% da população tem acesso à coleta de esgoto. Onze vírgula sete por cento. É como se, em cada dez casas, nove jogassem os dejetos direto no quintal do vizinho.
Água que não chega, esgoto que não sai
Parece piada pronta, mas é tragédia anunciada:
- Quase 30% dos moradores nem sonham com água tratada
- O índice de perda na distribuição daria para encher o Guaporé — e ainda sobraria
- Investimentos? Quase zero nos últimos anos
"É um descaso que escorre pelas ruas", diz Maria dos Santos, moradora da zona Leste há 15 anos. Ela conta que aprendeu a conviver com poças de esgoto a céu aberto — "só fecha as janelas quando o vento vira".
Efeito dominó na saúde
Não é difícil conectar os pontos:
- Esgoto a céu aberto
- Proliferação de mosquitos
- Surto de doenças
Os postos de saúde já sentem o peso. Só este ano, casos de diarreia e dermatites subiram 40% nas áreas mais críticas. "Toda semana tem criança internada por isso", relata uma enfermeira que prefere não se identificar.
E enquanto isso, em Brasília... (bem, você sabe como termina essa história). Os recursos prometidos para saneamento básico parecem ter virado pó — ou pior, desviado para obras menos urgentes.
Será que precisamos esperar outra epidemia para alguém tomar vergonha na cara? Porto Velho merece mais que essa herança malcheirosa.