A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (27) uma operação de grande impacto para desarticular uma organização criminosa especializada na produção e comercialização ilegal do medicamento Mounjaro. A ação resultou na prisão de 11 pessoas envolvidas no esquema clandestino.
Esquema de falsificação em escala nacional
De acordo com as investigações, o grupo atuava em pelo menos cinco estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Goiás. Os criminosos montaram uma estrutura sofisticada para falsificar o medicamento, originalmente desenvolvido para tratamento de diabetes tipo 2, mas que ganhou popularidade pelo efeito colateral de emagrecimento.
As autoridades descobriram que a organização operava em um esquema que incluía:
- Fabricação em laboratório clandestino
- Falsificação de embalagens e bulas
- Distribuição através de aplicativos de mensagem
- Venda direta para consumidores finais
Riscos à saúde pública
O Mounjaro falsificado representava sérios riscos à saúde dos consumidores, conforme alertam especialistas. As versões ilegais do medicamento não passavam por qualquer tipo de controle de qualidade ou vigilância sanitária.
"Os pacientes estavam sendo expostos a substâncias de origem desconhecida, sem dosagem controlada e sem qualquer garantia de eficácia ou segurança", explicou um representante da Polícia Federal durante coletiva de imprensa.
As investigações apontam que o medicamento original, de alto custo no mercado legal, era reproduzido com componentes não autorizados pela Anvisa, colocando em risco a vida de quem consumia o produto falsificado.
Operação e apreensões
A operação contou com o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão além dos 11 mandados de prisão preventiva. Os policiais apreenderam grandes quantidades do medicamento falsificado, além de matéria-prima, equipamentos para produção e documentação que comprova a extensão do esquema.
As investigações começaram há seis meses após denúncias de que o medicamento estava sendo comercializado ilegalmente através de redes sociais e aplicativos de mensagem. A PF identificou que o grupo se aproveitava da alta demanda pelo produto para lucrar com a venda das versões falsificadas.
Os presos serão indiciados pelos crimes de associação criminosa, falsificação de produtos e comercialização de medicamentos sem registro. Eles podem responder também por crimes contra a saúde pública, com penas que podem chegar a 15 anos de prisão.