Um homem residente de Mairinque, no interior de São Paulo, faleceu vítima de tuberculose cerebral durante internação na Santa Casa de São Roque. O óbito ocorreu na quarta-feira (19), conforme confirmado pela Secretaria de Saúde do município.
Detalhes do caso
O paciente havia sido transferido para a Santa Casa de São Roque no dia 16 de novembro, já em estado extremamente grave, segundo informou o hospital. No dia seguinte à internação, ele foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu até o momento do falecimento.
O corpo foi sepultado no cemitério municipal de Mairinque na quinta-feira (20). Como medida de segurança e seguindo rigorosamente as normas sanitárias, o caixão precisou ser lacrado antes do enterro.
Risco de transmissão
A prefeitura de Mairinque esclareceu que a tuberculose cerebral não oferece risco de transmissão para a população. O contágio da tuberculose só ocorre quando a doença atinge os pulmões, através de gotículas respiratórias. No caso específico deste paciente, não houve nenhum indicativo de tuberculose pulmonar.
A infectologista Naihma Salum Fontana, mestra em Ciências pela USP, explicou que a neurotuberculose é uma forma da doença que atinge o sistema nervoso central e geralmente ocorre em pacientes com o sistema imunológico comprometido.
A especialista reforçou que a tuberculose cerebral isolada não é contagiosa, sendo o risco de transmissão existente apenas quando há presença da forma pulmonar bacilífera, com bacilos no escarro do paciente.
Condição do paciente
De acordo com a Santa Casa de São Roque, o paciente chegou à unidade hospitalar sem possibilidades terapêuticas devido à gravidade de seu estado. A instituição afirmou que todas as condutas assistenciais adotadas seguiram rigorosamente os protocolos de segurança e as boas práticas de cuidado médico.
A infectologista Naihma Fontana destacou que a evolução para a forma cerebral da tuberculose normalmente está associada a condições que reduzem a imunidade, como infecção pelo HIV ou imunodeficiências congênitas. Ela também mencionou que o Brasil concentra cerca de 70% dos casos da doença no mundo.