
Um paciente aguarda há mais de 30 dias por uma cirurgia vascular considerada urgente no Hospital Municipal Dr. José Vargas, em São Lourenço (MG), mesmo com uma ordem judicial determinando a realização do procedimento. O caso, que ganhou repercussão nesta semana, revela os desafios do sistema público de saúde na região.
Ordem judicial ignorada
De acordo com documentos obtidos pela reportagem, a Justiça determinou em 2 de junho que a cirurgia fosse realizada em até 10 dias. No entanto, o paciente, que prefere não se identificar, continua na fila de espera. "Estou com muita dor e dificuldade para caminhar. A cada dia que passa, meu quadro piora", relata.
Hospital alega falta de estrutura
Em nota, a administração do hospital afirmou que "está envidando todos os esforços para cumprir a determinação judicial", mas destacou limitações na estrutura física e na disponibilidade de profissionais especializados. A Secretaria Municipal de Saúde de São Lourenço informou que está buscando alternativas, incluindo a transferência para outra unidade.
Impacto na saúde do paciente
Médicos que acompanham o caso alertam para os riscos do adiamento: "Trata-se de uma obstrução arterial que, sem tratamento adequado, pode levar à perda do membro ou complicações sistêmicas", explica o cirurgião vascular Dr. Rafael Mendes (nome fictício para preservar fontes).
Problema estrutural
O caso não é isolado. Dados do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) mostram que:
- 47% das cirurgias eletivas no estado ultrapassam o prazo máximo de espera
- Procedimentos vasculares estão entre os mais afetados
- Municípios do Sul de Minas enfrentam carência de especialistas
Familiares do paciente criaram uma vaquinha online para custear a cirurgia na rede privada, enquanto aguardam solução definitiva pelas vias públicas.