A Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) emitiu um alerta oficial sobre os graves riscos do uso indiscriminado de canetas emagrecedoras sem registro sanitário. O comunicado foi motivado pela circulação irregular desses produtos na região de fronteira com o Paraguai.
Riscos das canetas emagrecedoras ilegais
De acordo com a SES, o tratamento para perda de peso deve seguir rigorosamente as diretrizes clínicas reconhecidas. Medicamentos irregulares podem trazer sérios perigos à saúde, incluindo reações adversas, intoxicações e até mesmo morte.
O farmacêutico da Vigilância Sanitária, Alexandre Tutes, explicou que "essas canetas de medicamentos importados sem registro na Anvisa não têm qualquer garantia de eficácia e segurança". Versões manipuladas, importadas sem receita ou vendidas em clínicas e redes sociais não passam por controle de qualidade e podem conter impurezas, toxinas e bactérias.
Cenário alarmante da obesidade
O alerta acontece em meio a um preocupante aumento dos casos de obesidade no estado e no país. A proporção de adultos com obesidade no Brasil aumentou 72% em 13 anos, saltando de 11,8% em 2006 para 24,3% em 2023.
Em Mato Grosso do Sul, dados de 2024 do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) revelam que:
- 32,76% das pessoas avaliadas apresentaram sobrepeso
- 23,06% tinham obesidade grau I
- 10,36% foram diagnosticadas com obesidade grau II
- 5,99% apresentavam obesidade grau III
- Apenas 25,94% estavam com IMC adequado
Estratégias de combate e orientações
Como parte do enfrentamento à obesidade, a SES publicou em 2024 a Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade (LCSO), que busca tornar o atendimento mais eficaz e ampliar o acesso a estratégias de prevenção e tratamento.
A Secretaria reforça que denúncias de comercialização irregular podem ser feitas pelo Disque Denúncia 181. A população deve buscar orientação médica adequada e evitar medicamentos de origem duvidosa, já que produtos não registrados ou adquiridos sem prescrição são considerados ilegais pela Anvisa.
Segundo o Ministério da Saúde, as canetas emagrecedoras ainda não foram incorporadas à rede pública devido ao alto custo, o que tem incentivado o mercado ilegal desses produtos.