
A coisa ficou feia, e feia rápido. O que começou como uma noite de descontração terminou em tragédia — e o governador Ronaldo Caiado não perdeu tempo. Diante de oito mortes confirmadas por ingestão de metanol, ele baixou a cartada: uma operação de inspeção em todas as distribuidoras de bebidas de Goiás.
Parece cena de filme, mas é a pura realidade. Enquanto a gente aqui discute futebol e política, uma substância traiçoeira — o metanol, ou álcool metílico — anda circulando por aí, disfarçada de bebida alcoólica comum. O resultado? Vidas perdidas de forma brutalmente evitável.
O que está acontecendo nas distribuidoras?
A ordem do governador é clara e direta: tirar essas bebidas contaminadas de circulação antes que mais gente seja atingida. As equipes de fiscalização já estão nas ruas, e o alvo são estabelecimentos que comercializam bebidas — especialmente aqueles que, digamos, não seguem à risca as regras do jogo.
E olha, o timing não poderia ser pior. Num estado onde o agronegócio reina, a população trabalhadora muitas vezes recorre a bebidas mais acessíveis. Só que agora, o barato pode sair caríssimo — na verdade, letal.
Metanol: o assassino invisível
Pra quem não sabe, o metanol é praticamente idêntico ao etanol no que diz respeito a aparência e cheiro. O grande problema? O corpo humano metaboliza essa substância em ácido fórmico — sim, o mesmo das formigas — que causa danos neurológicos irreparáveis, cegueira e, nos casos mais graves, a morte.
É assustador pensar que alguém pode tomar um gole achando que vai relaxar após um dia duro de trabalho, e na verdade estar ingerindo veneno. A situação é tão séria que a Secretaria de Saúde já emitiu alerta máximo.
E agora, José?
Enquanto as inspeções rolam soltas, a pergunta que fica é: como essas bebidas contaminadas foram parar nas prateleiras? Seria descuido na produção? Má-fé de alguns comerciantes? A verdade é que ninguém sabe ao certo — e é exatamente essa incerteza que torna a situação ainda mais preocupante.
O governo estadual promete transparência total nas investigações. Mas, entre nós, o que a população quer mesmo é garantia de que pode tomar sua cervejinha no final de semana sem correr risco de vida.
Uma coisa é certa: a crise do metanol em Goiás vai deixar marcas profundas. Não só nas famílias que perderem entes queridos, mas na confiança que temos no que consumimos. E me pergunto — quando foi que simplesmente beber uma dose se tornou um jogo de roleta russa?
Agora é torcer para que as fiscalizações funcionem. E rápido. Porque enquanto isso, em algum boteco do interior, pode estar rolando mais um lote da morte.