Médico estrangeiro afastado por atuar sem registro em UPA de Canoas
Médico estrangeiro afastado sem registro em UPA

Médico estrangeiro é afastado da UPA Rio Branco em Canoas

Um médico estrangeiro foi afastado preventivamente de suas funções na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Rio Branco, localizada em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O motivo do afastamento foi a atuação profissional sem o registro regular no Conselho Regional de Medicina (CRM).

Denúncia revela gravidade da situação

O caso veio à tona através de uma denúncia recebida pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). A informação levou o Instituto Maria Schmitt (IMAS), responsável pela administração da UPA, a determinar o afastamento imediato do profissional no último domingo (23).

Conforme apurações do Simers, o médico em questão estava responsável pela sala vermelha da UPA Rio Branco, setor destinado ao atendimento de casos de máxima urgência. Entre os pacientes atendidos estavam pessoas com condições críticas como parada cardiorrespiratória, choque séptico, politraumatismos graves e infartos.

Irregularidades no sistema de atendimento

Investigadores descobriram que o profissional utilizava login, senha e carimbo em nome de outros médicos para realizar os atendimentos. Esta prática permitia que ele atuasse sem possuir registro próprio no CRM-RS.

Uma equipe da direção e do jurídico do Simers foi até a UPA no domingo por volta das 18h para verificar a situação, mas o médico já havia deixado o local após ser informado sobre a visita sindical.

Posicionamento das instituições envolvidas

O IMAS emitiu nota informando que o afastamento foi preventivo e que solicitou informações sobre a documentação do profissional para a empresa responsável pela contratação. O instituto afirmou que o médico possui diploma revalidado no Brasil, mas não comentou sobre a situação do registro no CRM.

A Prefeitura de Canoas anunciou que irá instaurar um processo administrativo para apurar todos os detalhes do caso. O Executivo Municipal destacou que não é conivente com irregularidades e lembrou que a gestão das UPAs é de responsabilidade do IMAS, empresa contratada para este fim.

Encaminhamentos e próximos passos

O Simers classificou o ocorrido como uma situação de gravidade extrema e um atentado à saúde pública da população de Canoas. O sindicato se comprometeu a comunicar oficialmente o Ministério Público e a Polícia Civil sobre o caso nesta terça-feira (25).

Além disso, o Simers solicitará ao Cremers a abertura de apuração formal dos fatos e oficiará tanto o IMAS quanto a Prefeitura de Canoas para que apresentem as escalas médicas e a comprovação da regularidade de todos os profissionais contratados.

Os atendimentos na UPA Rio Branco seguem sendo prestados normalmente, segundo informações oficiais. A população continua recebendo assistência médica enquanto as investigações sobre o caso avançam.