Larvas de Aedes aegypti infestam caixa d'água de UBS no Capão Redondo
Larvas de dengue em UBS do Capão Redondo

Risco de dengue em unidade de saúde gera alerta na Zona Sul de SP

Funcionários da UBS Jardim Eledy, localizada no distrito do Capão Redondo, Zona Sul da capital paulista, fizeram uma descoberta alarmante: a caixa d'água da unidade está infestada com larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Denúncia dos profissionais de saúde

De acordo com relatos dos funcionários ao g1, a descoberta aconteceu de forma acidental, enquanto escovavam os dentes na unidade. Um dos profissionais afirmou que as larvas "às vezes saem aos montes" da torneira, representando um grave risco para a saúde de pacientes e trabalhadores.

Os servidores acusam a gerência da unidade de "não estar dando a devida atenção" ao problema e de "tentar abafar e trabalhar como se nada estivesse acontecendo". Em vez de fechar a UBS para desinfecção imediata, a orientação dada aos funcionários foi para usarem álcool em gel, medida considerada inadequada quando há sujeira visível.

Resposta da Secretaria Municipal da Saúde

Em nota oficial, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) não confirmou a presença de larvas do Aedes aegypti na caixa d'água da UBS Jardim Eledy. A pasta informou que realiza limpeza e acompanhamento da qualidade da água periodicamente em todas as unidades.

A última ação de manutenção na UBS foi realizada em 27 de agosto, e a próxima está programada para a quinta-feira (27), seguindo o cronograma estabelecido. A Secretaria ressaltou que as manutenções anteriores foram realizadas dentro do prazo, com laudos válidos e em conformidade.

Falta de comunicação e risco à saúde pública

Os profissionais de saúde relataram ainda que muitos funcionários não estão sendo avisados sobre a contaminação, o que aumenta o risco de exposição. Eles afirmam que a própria gerência reconheceu o problema após solicitar a visita de um agente de promoção ambiental, mas não notificou formalmente os órgãos competentes.

"É uma questão de dignidade para com os pacientes e profissionais", declarou um dos funcionários, destacando a gravidade da situação em uma unidade que deveria zelar pela saúde da população.

O caso ocorre em meio ao aumento de casos de dengue em São Paulo e levanta preocupações sobre as condições de infraestrutura e manutenção nas unidades básicas de saúde da capital.