
A coisa ficou feia, e não é pouco. O Hospital Alzira Velano, aquele que é praticamente a espinha dorsal da saúde em Alfenas, simplesmente bateu o pé. Não vai fazer mais cirurgias. Ponto final. E o motivo? Aquela velha conhecida das administrações públicas: a corda apertou do lado do caixa.
Pois é. A direção do hospital, cansada de esperar por recursos que simplesmente não chegam, decidiu tomar uma atitude drástica. A partir desta segunda-feira (25), nada de procedimentos eletivos. Só vai rolar aquilo que for realmente urgente, de vida ou morte. Uma decisão dura, mas que, segundo eles, era a única saída.
Prefeitura na Berlinda
O recado foi dado, e claro, veio direto para o endereço da Prefeitura Municipal de Alfenas. O hospital alega que existe uma dívida – e não é pequena – por parte do município. São valores referentes a serviços prestados, que simplesmente não foram quitados. Imagina a sua frustração quando um cliente não te paga? Agora multiplica isso para a escala de um hospital que atende pelo SUS. A conta não fecha, e os fornecedores começam a cobrar.
O pior de tudo é que essa não é a primeira vez que a música toca. Os repasses municipais, que são vitais para a manutenção dos serviços, estão irregulares há tempos. Sabe aquele efeito bola de neve? Então. A inadimplência foi se acumulando até chegar a um ponto insustentável. A paciência, definitivamente, se esgotou.
E o População? Como Fica?
Enquanto o pingue-pongue de acusações rola solto entre a direção do hospital e a prefeitura, quem segura a ponta é o cidadão comum. Pacientes que já estavam com suas cirurgias marcadas agora se veem num limbo, sem saber quando serão atendidos. Uma angústia sem tamanho.
O hospital, que é uma fundação privada sem fins lucrativos, é um dos maiores empregadores da região e referência para mais de 20 cidades do Sul de Minas. A paralisação mexe com uma engrenagem enorme, afetando milhares de pessoas que dependem exclusivamente do SUS. É um verdadeiro efeito dominó na saúde pública.
Até agora, a prefeitura não se manifestou oficialmente sobre a cobrança ou sobre um plano para resolver esse imbróglio. E a pergunta que fica no ar, ecoando pelos corredores do Alzira Velano e pelas casas dos alfenenses é: até quando?