Governo Pede Bloqueio de Vendas Online de Bebidas Fortes: Entenda a Polêmica
Governo quer bloquear vendas online de bebidas fortes

O Ministério da Justiça resolveu botar o pé no freio — e com certa urgência. Na verdade, foi além: enviou um ofício nada simpático para as gigantes do comércio eletrônico pedindo, na prática, que dessem um basta na venda de bebidas destiladas em suas plataformas. A medida, diga-se de passagem, não chega a ser uma proibição de fato, mas carrega um peso considerável.

Parece que a situação está ficando séria. Nos últimos tempos, o que se vê é um crescimento absurdo no consumo dessas bebidas mais fortes, especialmente entre o público mais jovem. E o pior: comprar pela internet ficou tão fácil quanto pedir uma pizza.

Quem está na mira?

A lista das empresas notificadas inclui basicamente quem manda no varejo online brasileiro. Mercado Livre, Amazon, Americanas, Magalu e Shopee — todas receberam a mesma recomendação. A justificativa do governo? Bom, alegam que existe uma relação direta entre a facilidade de comprar esses produtos online e o aumento de problemas de saúde pública.

E não para por aí. O ministério soltou um dado que dá o que pensar: nos últimos dois anos, as vendas de bebidas alcoólicas pelo e-commerce simplesmente dispararam, crescendo números que beiram o assustador. Enquanto isso, os casos de intoxicação alcoólica em hospitais públicos não param de subir.

O que diz a lei?

Aqui vem o ponto crucial — e talvez o mais polêmico. A legislação brasileira, aquela velha conhecida de todo mundo, já proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos. Só que, na prática, como controlar isso num ambiente virtual? Qualquer um com um celular na mão consegue fazer o pedido, não é mesmo?

As plataformas, por sua vez, sempre argumentaram que possuem sistemas de verificação de idade. Mas será que isso funciona de verdade? A sensação que fica é que os controles atuais são mais frágeis que copo de vidro no chão.

Ah, e tem mais um detalhe importante: a medida foca especificamente nas bebidas destiladas — aquelas com maior teor alcoólico, como vodca, whisky, cachaça e gin. Cervejas e vinhos, por enquanto, escaparam da restrição.

E agora, o que esperar?

O prazo dado pelo ministério foi curto — apenas alguns dias úteis para as empresas se posicionarem. O que vai acontecer se não acatarem a recomendação? Bom, o governo deixa no ar a possibilidade de tomar "medidas mais enérgicas", embora não tenha especificado quais.

Enquanto isso, nas redes sociais a discussão já esquentou. De um lado, quem defende a medida como necessária para proteger principalmente os jovens. Do outro, quem vê como mais uma intromissão do estado na vida das pessoas.

Uma coisa é certa: o assunto promete render muita conversa nos próximos dias. Resta saber se as plataformas vão encarar o recado ou se vão bancar o duronas e manter tudo como está.

Particularmente, acho difícil que resistam à pressão governamental. Mas também duvido que aceitem quietinhas — devem buscar algum tipo de acordo ou medida alternativa. O jogo político, como sempre, promete.