Apesar dos registros de chuvas significativas nos últimos dias, os moradores de diversas regiões de Bauru, no interior de São Paulo, continuam enfrentando a falta de água nas torneiras. A situação paradoxal tem uma explicação técnica: as próprias precipitações são a causa do problema atual no sistema de abastecimento.
Chuva que atrapalha: turbidez afeta tratamento
Conforme explicou o Departamento de Água e Esgoto (DAE) do município, as fortes chuvas que atingiram a cidade aumentaram consideravelmente a turbidez da água do Rio Batalha. Este fenômeno, caracterizado pela presença excessiva de partículas sólidas em suspensão, compromete a qualidade da água bruta que chega à Estação de Tratamento de Água (ETA).
Para garantir que a água distribuída à população mantenha os padrões de potabilidade e segurança, a autarquia foi obrigada a reduzir a capacidade de produção da ETA. Com a estação operando em vazão reduzida, não é possível atender toda a demanda normalmente, o que levou ao reforço do esquema de rodízio já em vigor.
Rodízio reforçado e expectativa de normalização
O rodízio no abastecimento, que começou em agosto do ano passado devido aos níveis do manancial, nunca foi totalmente interrompido. No entanto, a situação piorou em outubro, quando um esquema mais rigoroso foi implementado, com dois grupos de bairros ficando até três dias sem água.
Nesta sexta-feira (19), a lagoa de captação do Rio Batalha registrava um nível de 3,51 metros, considerado acima do ideal. Apesar do volume satisfatório, a qualidade da água é o entrave. O DAE informa que o rodízio seguirá vigente até que a água do rio se normalize, o que depende da estabilização das chuvas na região do manancial. A expectativa da autarquia é de uma melhora gradativa.
Bairros afetados e canal de emergência
O abastecimento por rodízio atinge os bairros servidos pelo sistema ETA/Batalha, divididos em dois grupos. O DAE orienta a população a se organizar para o consumo racional durante os períodos de fornecimento.
Grupo 1: Inclui regiões como Jardim Ana Lúcia, Jardim Central, Jardim Esplanada, Jardim Noroeste, Jardim Ouro Verde, Parque Fortaleza, Vila Ipiranga, Vila Paulista, Vila Popular, Vila São Francisco, entre outros.
Grupo 2: Abrange bairros como Bosque da Saúde, Jardim Brasília, Jardim Celina, Parque Alto da Boa Vista, Parque São João, Vila Industrial, Vila Pacífico, Vila Paraíso e Vila Santa Terezinha.
Para casos urgentes de falta de água, a autarquia disponibiliza o telefone 0800 771 0195 para contato. A situação, classificada como temporária, exige paciência dos moradores enquanto os técnicos trabalham para restabelecer a produção total de água tratada com qualidade.