Sífilis em alta: Brasil enfrenta epidemia silenciosa e preocupante
Epidemia de sífilis: Brasil em alerta

Os números não mentem — e, no caso da sífilis, eles gritam. O Brasil está diante de um cenário que beira o descontrole, com casos da doença aumentando de forma alarmante. Se fosse um filme, já teria virado um thriller médico.

Dados recentes mostram que, só nos últimos anos, os registros de sífilis adquirida subiram mais de 30%. Já a forma congênita (quando a mãe passa para o bebê) teve um salto assustador de 24%. E o pior? A tendência é que continue crescendo, como um rastilho de pólvora.

Por que estamos perdendo essa batalha?

Os motivos são vários, mas três se destacam:

  • Falta de prevenção: O uso de preservativos caiu drasticamente nos últimos anos — parece que o medo do HIV ficou no passado.
  • Diagnóstico tardio: Muita gente ainda trata DST como tabu e só descobre quando já há complicações.
  • Falta de medicamentos: Sim, em pleno 2023, unidades de saúde ainda enfrentam desabastecimento de penicilina, o tratamento padrão.

"É um cenário perfeito para o caos", diz a Dra. Ana Lúcia, infectologista que trabalha na linha de frente há 15 anos. "A gente vê pacientes chegando com sintomas graves que poderiam ter sido evitados com um simples teste."

Os grupos mais afetados

Enquanto alguns acham que sífilis é "doença de outros tempos", os números mostram uma realidade diferente:

- Jovens entre 20 e 29 anos: lideram os casos, muitas vezes por achar que "nunca vai acontecer comigo".

- Gestantes: o pré-natal ainda não alcança todas, e o resultado são bebês nascendo com sequelas graves.

- População LGBTQIA+: embora a informação esteja mais acessível, a adesão à prevenção ainda é baixa.

E não, não é só nas grandes cidades. O interior está sendo atingido com força — em algumas regiões, os casos triplicaram.

O que fazer diante desse tsunami?

Primeiro: não entre em pânico. Sífilis tem cura, mas o segredo está no diagnóstico precoce. Algumas medidas simples podem fazer toda a diferença:

  1. Use camisinha — sempre. Sem desculpas, sem "ah, mas confio".
  2. Faça o teste regularmente, especialmente se tiver vida sexual ativa.
  3. Grávidas: exija o teste no pré-natal. É seu direito.
  4. Se diagnosticado, avise seus parceiros. Pode ser desconfortável, mas é necessário.

O sistema de saúde também precisa fazer sua parte — e rápido. Mais campanhas, mais testes disponíveis e, claro, garantir o abastecimento de medicamentos. "Estamos correndo atrás do prejuízo", admite um gestor do SUS que preferiu não se identificar.

Enquanto isso, a bola está com cada um de nós. Porque no jogo da saúde pública, ou todo mundo ganha, ou todo mundo perde.