As doenças mais antigas da humanidade: algumas ainda nos assombram no século XXI
Doenças milenares: males antigos ainda entre nós

Parece coisa de filme de terror, mas é a mais pura realidade: algumas doenças que atormentam a humanidade hoje são as mesmas que nossos antepassados enfrentavam milhares de anos atrás. É como se certos males tivessem uma espécie de contrato de aluguel vitalício com a espécie humana.

Imagine só — enquanto os faraós construíam pirâmides no Egito, a tuberculose já fazia vítimas. Ossos humanos com mais de 9.000 anos mostram sinais claros dessa doença respiratória que, pasmem, ainda mata cerca de 1,5 milhão de pessoas anualmente. A gente até pensa que é coisa do passado, mas ela teima em não dar trégua.

As campeãs de longevidade no mundo das doenças

A hanseníase é outra veterana nesse ranking macabro. Registros escritos de 600 a.C. já descreviam seus sintomas, e esqueletos de 4.000 anos atrás comprovam sua presença antiga. O curioso é que, apesar de todo o avanço médico, ainda surgem mais de 200.000 novos casos por ano globalmente.

Mas a medalha de ouro na categoria "doença mais persistente" vai para a malária. Estudos genéticos sugerem que ela nos acompanha desde que éramos caçadores-coletores. Sim, nossos ancestrais das cavernas provavelmente já tinham que lidar com mosquitos transmissores — uma perspectiva que dá até coceira só de pensar.

As surpresas desagradáveis da arqueologia médica

O que mais impressiona os pesquisadores é descobrir que algumas condições que consideramos "modernas" têm raízes profundíssimas. Aterosclerose — aquela obstrução das artérias que atribuímos ao sedentarismo e fast food — foi encontrada em múmias egípcias de 3.500 anos atrás. Parece que o coração humano sempre foi um ponto frágil, independentemente da época histórica.

E o câncer? Embora muito mais raro na antiguidade — a expectativa de vida era bem menor, lembra? —, evidências de tumores ósseos foram identificadas em esqueletos de dinossauros. Isso mesmo, até os répteis pré-históricos não estavam imunes.

Por que algumas doenças resistem ao tempo?

A resposta é mais complexa do que parece. Alguns patógenos são mestres na arte da adaptação, desenvolvendo resistência a medicamentos como se fosse brincadeira. Outras se beneficiam da globalização e das mudanças climáticas — os mosquitos da dengue, por exemplo, estão adorando o planeta mais quente.

E tem aquela velha máxima: enquanto houver humanos, haverá doenças humanas. É um relacionamento complicado, para dizer o mínimo. Alguns vírus e bactérias evoluíram conosco tão intimamente que se tornaram parte da nossa história biológica.

O que me faz pensar: será que daqui a mil anos os arqueólogos vão encontrar evidências das nossas doenças atuais e pensar "nossa, como eram primitivos"? Provavelmente sim. Mas enquanto isso, o jeito é continuar lutando — com a vantagem de que hoje temos muito mais armas do que King Tut tinha na sua época.