
O clima era pesado, sabe? Daqueles que a gente sente no ar. Familiares e amigos se reuniram nesta quarta-feira para dizer adeus a Luiz Perillo — uma despedida que ninguém esperava ter que fazer tão cedo.
O velório aconteceu no Jardim do Memorial, em Taguatinga, e cara... foi de cortar o coração. Ver todo mundo ali, tentando encontrar consolo nos abraços, nas lembranças. Luiz tinha apenas 46 anos. Quase meia vida pela frente.
Uma esperança que virou tragédia
O que mais dói nessa história toda é que ele estava tão perto de conseguir. Luiz havia recebido um transplante raro — desses que são quase um milagre da medicina moderna. A família toda vibrou quando a cirurgia finalmente aconteceu. Pensaram que era o fim do calvário.
Mas a vida prega dessas peças, não é? As complicações surgiram do nada, como um temporal num dia de sol. E em pouco tempo, aquela esperança toda se transformou na maior dor que uma família pode enfrentar.
Eu fico pensando — como deve ser difícil para os médicos também. Eles lutaram, tenho certeza. Fizeram o possível e o impossível. Às vezes a ciência esbarra em limites que nem ela mesma consegue explicar.
O legado que fica
Conversando com quem foi ao velório, dava pra ver que Luiz era daquelas pessoas que marcam a gente. Não pelo que tinha, mas pelo que era. Um sujeito bom, do tipo que faz falta no mundo.
"Ele sempre foi guerreiro", me contou um primo, com a voz embargada. "Até o último momento, acreditou que daria certo."
E sabe o que é mais impressionante? Mesmo na dor, a família encontrou forças para agradecer. Pela chance que ele teve, pelos profissionais que se dedicaram, pelo apoio de todos. Isso sim é grandeza de alma.
Um alerta que fica
Essa história — triste como é — joga luz num problema que muita gente nem imagina existir. Transplantes raros são como apostas contra o tempo. Requerem estrutura, especialistas, e uma dose enorme de sorte.
No Brasil, a realidade é dura. Fila de espera, dificuldades de compatibilidade, riscos pós-operatórios. Cada caso como o do Luiz merece ser lembrado não só pela tragédia, mas pela lição que deixa.
Precisamos falar mais sobre doação de órgãos, sobre investimento em saúde, sobre valorizar cada chance que a vida nos dá. Porque no fim das contas, histórias como essa mostram o quanto somos frágeis — e o quanto precisamos uns dos outros.
O corpo de Luiz foi cremado no final da tarde. As cinzas vão ficar com a família — um consolo pequeno perto da dor da perda, mas algo que pelo menos mantém perto a memória de quem partiu cedo demais.