
O que você faria se descobrisse que aquela dose de bebida que tomou no bar poderia lhe custar a vida? Pois é, a pergunta que parecia exagerada ganhou contornos sombrios em São Paulo. A Câmara Municipal aprovou, nesta terça-feira, a criação de uma CPI para investigar a adulteração de bebidas com metanol - e a coisa é séria, muito séria mesmo.
Não se trata de alarmismo barato. O metanol, conhecido como álcool metílico, é uma substância perigosíssima quando ingerida. E sabe o que é pior? Estaria circulando por aí, disfarçado de bebida comum. Uma roleta russa etílica que ninguém quer jogar.
O estopim da crise
Tudo começou com relatos preocupantes de intoxicações - alguns casos com gravidade alarmante. Vereadores de diferentes bancadas se uniram num raro momento de concordância: era preciso agir, e rápido. A proposta da CPI partiu do PSOL, mas ganhou adesão de praticamente todo o espectro político. Quando a saúde da população está em jogo, as divergências ficam em segundo plano, não é mesmo?
O que me preocupa, particularmente, é como essas bebidas adulteradas chegam até os estabelecimentos. Seria descuido? Má-fé? Uma combinação perigosa de ambos? A CPI promete desvendar essa teia.
Os riscos invisíveis
Para quem não sabe, o metanol é traiçoeiro. Os sintomas podem demorar horas para aparecer - dor de cabeça, tontura, náuseas - e quando a pessoa percebe, o estrago já pode ser grande. Cegueira permanente é um dos riscos. Em casos extremos, a morte. Não é brincadeira, gente.
E olha que o problema não é novo não. Lembro que há alguns anos houve casos similares em outras regiões do país. Parece que a lição não foi aprendida - ou pior, foi esquecida de propósito por quem só pensa no lucro.
O que esperar da investigação
A CPI terá poderes de investigação robustos. Podem convocar autoridades, empresários do setor de bebidas, donos de bares - basicamente qualquer pessoa que possa ajudar a esclarecer essa teia perigosa. A promessa é mapear toda a cadeia, da produção ao consumo final.
Particularmente, tenho minhas dúvidas se vão conseguir chegar até os verdadeiros responsáveis. Esse tipo de adulteração costuma ser feito por esquemas bem articulados. Mas espero estar errado - a população merece respostas.
Enquanto isso, fica o alerta: desconfie de bebidas com preços suspeitosamente baixos ou com embalagens que parecem fora do padrão. Sua saúde - e sua vida - valem mais que alguns reais economizados.