As mortes por câncer em Divinópolis registraram um crescimento alarmante de 54% nos últimos dez anos, segundo análise detalhada do Observatório de Oncologia com base nos registros do Ministério da Saúde.
Em 2014, foram contabilizados 246 óbitos por tumores na cidade, número que saltou para 379 em 2023, com predominância de casos entre a população masculina.
Tipos de câncer mais letais na região
O levantamento identificou os cinco tipos de câncer que mais vitimaram moradores de Divinópolis na última década. O câncer de traqueia, brônquio e pulmão lidera esse triste ranking, tendo causado 306 mortes.
Em seguida aparecem o câncer de cólon e reto, com 251 óbitos, e o câncer de mama, responsável por 224 mortes. Completam a lista dos mais letais o câncer de estômago (194 vítimas) e o câncer de próstata (169 óbitos).
Evolução preocupante dos casos
A análise temporal revela flutuações significativas na incidência dos diferentes tipos de câncer ao longo dos anos. O câncer de traqueia, brônquio e pulmão manteve-se consistentemente entre os mais letais, representando entre 8% e 13% do total de óbitos por câncer anualmente.
Em 2023, este tipo específico foi responsável por 43 mortes, correspondendo a 11,35% do total. Já o câncer de cólon e reto alternou entre a segunda e terceira posições no ranking de mortalidade, chegando a ocupar o primeiro lugar em 2017.
O câncer de mama apresentou uma das variações mais significativas, oscilando entre a primeira e sexta posições ao longo da década. Em 2014, ocupava o sexto lugar em número de óbitos, alcançou a primeira posição em 2022 e retornou ao segundo lugar em 2023.
Perfil das vítimas e alerta nacional
Os dados de 2023 mostram que os homens concentram a maioria das mortes por câncer em Divinópolis, com 194 registros contra 185 entre mulheres. A faixa etária mais afetada entre os homens está entre 70 e 74 anos, com 36 óbitos registrados.
Entre as mulheres, os intervalos com maior taxa de mortalidade foram entre 75 e 79 anos e entre 65 e 69 anos, ambos com 23 mortes cada.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo alertam que, se nenhuma mudança significativa ocorrer nas políticas públicas de saúde, o câncer deve se tornar a principal causa de morte no Brasil até 2029.
Os dados utilizados na padronização das taxas têm como base populacional o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), garantindo a precisão estatística do levantamento.
