Os casos de morte por câncer em Juiz de Fora registraram um crescimento preocupante de 24,45% nos últimos dez anos, segundo dados divulgados pelo Observatório de Oncologia. A análise, baseada em registros do Ministério da Saúde, mostra que em 2014 foram contabilizadas 683 mortes por tumores na cidade, número que saltou para 850 em 2023.
Ranking dos tipos de câncer mais letais
O estudo detalhado revela quais são os tipos de câncer que mais vitimam a população de Juiz de Fora. O câncer de traqueia, brônquio e pulmão aparece como o mais letal, tendo causado 922 óbitos na última década. Em seguida vem o câncer de cólon e reto, responsável por 863 mortes no período.
O câncer de mama ocupa a terceira posição no ranking, com 570 vítimas fatais nos dez anos analisados. Já o câncer de próstata figura em quarto lugar, tendo levado à morte 515 homens durante o mesmo intervalo de tempo.
Evolução dos casos ao longo da década
Os pesquisadores observaram um comportamento oscilante nas mortes pelos quatro tipos de câncer mais frequentes em Juiz de Fora. O câncer de traqueia, brônquio e pulmão manteve-se entre 10% e 13% do total de óbitos por câncer na cidade, registrando 91 mortes em 2023 (10,71%) contra 79 em 2014 (11,57%).
Já o câncer de cólon e reto apresentou uma variação significativa, com números entre 77 e 100 mortes anuais, com exceção de 2017, quando foram registrados apenas 56 óbitos, representando 7,36% do total.
O câncer de mama e o de próstata alternaram posições no ranking ao longo dos anos. O tumor mamário vitimou entre 48 e 63 pessoas anualmente, oscilando entre 6% e 8% dos óbitos totais. Já o câncer de próstata apresentou dois momentos marcantes: um pico em 2016, com 75 mortes (9,6% do total), e uma baixa significativa em 2022, com 38 óbitos (4,9%).
Perfil das vítimas e alerta para o futuro
Em 2023, os homens foram a maioria entre as vítimas fatais de câncer em Juiz de Fora, com 432 registros contra 418 entre mulheres. A faixa etária mais afetada entre os homens foi a de 70 a 74 anos, com 80 óbitos. Entre as mulheres, o intervalo de 65 a 69 anos concentrou o maior número de mortes, com 62 casos.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo fazem um alerta preocupante: se nada mudar em termos de políticas públicas, o câncer deve se tornar a principal causa de morte no Brasil até 2029. A informação reforça a importância do Dia Nacional de Combate ao Câncer, celebrado em 27 de novembro, como momento de conscientização sobre prevenção e cuidados com a saúde.
O Observatório de Oncologia, plataforma online que realizou a análise, tem como objetivo influenciar a tomada de decisão e o planejamento de políticas de saúde baseadas em evidências científicas. A base populacional utilizada para padronização das taxas foi a do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).