A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Saúde emitiram um alerta importante nesta terça-feira, 25 de novembro de 2025, sobre os riscos do botulismo iatrogênico após aplicações de toxina botulínica, popularmente conhecida como botox.
O que é botulismo iatrogênico
O botulismo iatrogênico é uma doença grave e não contagiosa causada pela toxina da bactéria Clostridium botulinum. O problema ocorre quando a substância é aplicada em doses acima do recomendado, com intervalos muito curtos entre as sessões ou em condições que permitem sua entrada na corrente sanguínea.
Nessas situações, a toxina atinge as junções neuromusculares além do local pretendido, bloqueando a liberação de acetilcolina, neurotransmissor responsável pela contração muscular.
Sinais de alerta e sintomas
Entre os primeiros sinais da doença estão:
- Visão borrada
- Pálpebras caídas
- Fala arrastada
- Dificuldade para engolir
- Dificuldade para respirar
Nos casos mais graves, a doença pode evoluir para paralisia muscular e até mesmo representar risco de morte.
Casos no Brasil e no mundo
O Brasil já registrou 11 casos confirmados de botulismo iatrogênico em 2025, a maioria relacionados ao uso inadequado da toxina tipo A, geralmente aplicada para fins estéticos. Os primeiros casos no país surgiram em 2024.
Globalmente, surtos recentes foram relatados na Turquia (2023), Estados Unidos (2024) e Reino Unido (2025), demonstrando que o problema é uma preocupação internacional.
Recomendações de segurança
Para quem recorre ao botox, seja para fins estéticos ou terapêuticos, algumas precauções são essenciais:
- Usar apenas produtos registrados na Anvisa e dentro do prazo de validade
- Buscar profissionais habilitados e clínicas autorizadas
- Respeitar as doses e intervalos previstos na bula
Em caso de surgimento de sintomas, a orientação é procurar atendimento médico imediatamente e, se possível, informar o produto utilizado, fabricante e lote.
Medidas da Anvisa
Este não é o primeiro alerta sobre o assunto. Em março de 2025, a Anvisa já havia reforçado que procedimentos com toxina botulínica devem ser realizados exclusivamente por profissionais habilitados em serviços autorizados.
A agência também determinou a atualização das bulas para informar sobre o risco de botulismo, cujos sintomas podem aparecer horas ou semanas após a aplicação.
Para os profissionais de saúde, a Anvisa lembra que qualquer suspeita de evento adverso deve ser registrada no sistema VigiMed, mesmo quando ainda não há confirmação de que o problema está relacionado ao medicamento.