Alerta em BH: Restaurantes suspendem vendas de destilados após onda de intoxicação por metanol no país
BH: Restaurantes suspendem destilados por intoxicação

O clima nos bares e restaurantes de Belo Horizonte mudou radicalmente nesta semana. Uma sombra de preocupação paira sobre os balcões onde antes se serviam drinks e doses de destilados com tranquilidade. Agora, a palavra de ordem é cautela — e muita.

Pelo menos três estabelecimentos conhecidos da capital mineira já tomaram uma decisão drástica: suspender temporariamente a venda de todas as bebidas destiladas. A medida, embora preventiva, fala volumes sobre o nível de alerta que se instalou no setor.

O que está por trás dessa movimentação?

Tudo começou com notícias alarmantes de outros estados. Em São Paulo, um caso grave chamou atenção: um homem de 49 anos precisou ser internado após consumir cachaça contaminada com metanol. O quadro foi sério — coisa de dar calafrios em qualquer um.

Mas não parou por aí. No Paraná, a situação se repetiu com uma vítima ainda mais jovem, de 36 anos. Dois estados, dois casos, um mesmo vilão: o metanol, esse componente traiçoeiro que pode transformar um momento de descontração em uma tragédia.

E olha que o problema não é novidade nenhuma — infelizmente. Só neste ano, Minas Gerais já registrou 14 casos de intoxicação por metanol. Quatorze vidas colocadas em risco por conta de bebidas que, em tese, deveriam ser sinônimo de alegria.

A resposta das autoridades

O Ministério Público de Minas Gerais não ficou parado. Na verdade, agiu com uma velocidade que impressiona. Emitiu uma recomendação formal para que bares, restaurantes e supermercados da capital suspendessem imediatamente a comercialização de destilados.

Mas atenção: a recomendação tem um alvo específico. Foca naqueles produtos que não possuem registro no Ministério da Agricultura — justamente onde mora o perigo. São as bebidas "farinha do mesmo saco" que costumam circular sem qualquer controle.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais reforçou o coro com um alerta técnico. Quando órgãos diferentes começam a falar a mesma língua, é porque a coisa está séria mesmo.

E os donos de estabelecimento?

Conversando com alguns proprietários, dá para sentir o clima. "Melhor prevenir do que remediar" virou quase um mantra. E quem pode criticar? Imagina a responsabilidade de servir algo que pode colocar a saúde dos clientes em risco.

Alguns estão indo além — bem além. Estão revisando todos os fornecedores, checando documentação, praticamente fazendo uma auditoria interna. Outros optaram por uma solução mais radical: simplesmente tiraram tudo das prateleiras até que a poeira baixe.

É aquela velha história: a confiança do cliente é conquistada aos poucos, mas pode ser perdida em um piscar de olhos.

E o consumidor, como fica?

Para quem gosta de um bom drink ou uma dose após o trabalho, a dica é simples: desconfie de preços muito baixos. Aquela velha máxima — se é bom demais para ser verdade, provavelmente é — se aplica perfeitamente aqui.

Prefira sempre estabelecimentos conhecidos, marcas registradas, produtos com selo de qualidade. E se notar qualquer coisa estranha no sabor, cor ou aroma — melhor não arriscar. Sua saúde vale mais que alguns reais economizados.

Os sintomas de intoxicação por metanol são insidiosos: dor de cabeça, tontura, náuseas, visão turva. Em casos mais graves, pode levar ao coma ou coisa pior. Não é brincadeira não.

Enquanto isso, em BH, a vida noturna segue — mas com um cuidado redobrado. Os garçons explicam pacientemente aos clientes, os donos cruzam os dedos para que a situação se normalize logo, e as autoridades mantêm os olhos abertos.

Resta torcer para que essa tempestade passe rápido, mas deixe um aprendizado permanente: quando se trata do que colocamos no copo, a segurança tem que vir sempre em primeiro lugar.