
Eis que a Anvisa resolveu botar o bedelho num assunto que tá dando o que falar: as famosas canetinhas de emagrecimento. A agência publicou uma resolução que, na prática, cria um obstáculo e tanto para as farmácias de manipulação continuarem produzindo essas fórmulas.
Não é brincadeira não. A decisão mexe diretamente com milhares de pessoas que dependiam dessas versões alternativas - muito mais em conta, diga-se de passagem - do princípio ativo semaglutida, a estrela dos tratamentos contra obesidade.
O cerco aperta
Agora as farmácias de manipulação tão proibidas de usar certos excipientes - aquelas substâncias que acompanham o remédio principal - considerados essenciais para a fórmula das canetas. Sem esses componentes, fica praticamente inviável produzir o medicamento na forma injetável.
Parece que a Anvisa tá com um pé atrás com a qualidade desses produtos manipulados. E não é pra menos: circula por aí um monte de fórmula com pureza duvidosa e eficácia questionável. Mas aí é que tá: será que a solução é simplesmente cortar o acesso?
De um lado, o bolso do paciente
Quem já teve que desembolsar por essas canetas sabe: o preço das versões de marca é de cair o queixo. Tá fácil pra ninguém. As opções manipuladas surgiram como uma tábua de salvação para quem não tem planos de saúde robustos ou simplesmente não consegue bancar o tratamento original.
Um paciente me contou, com voz embargada, que finalmente estava conseguindo resultados após anos de luta contra a balança - tudo graças à versão manipulada. Agora, não sabe como vai continuar.
Do outro, a questão da segurança
A Anvisa argumenta, e até que faz sentido, que a falta de padronização nas fórmulas manipuladas representa um risco à saúde pública. Imagine aplicar uma injeção sem ter certeza do que exatamente tá entrando no seu corpo? É uma roleta russa hormonal.
Médicos respeitados têm opiniões divididas. Alguns aplaudem a medida, preocupados com os efeitos imprevisíveis das fórmulas não testadas. Outros criticam a falta de alternativas acessíveis para a população.
E agora, José?
O impasse é dos grandes. De um lado, a legítima preocupação com a segurança dos pacientes. Do outro, o acesso a tratamentos que, convenhamos, podem mudar vidas.
Enquanto a discussão esquenta, milhares de brasileiros ficam num limbo terapêutico, sem saber se vão conseguir continuar seus tratamentos ou se terão que abandonar a jornada de perda de peso.
Uma coisa é certa: o debate sobre obesidade, acesso a medicamentos e regulamentação sanitária está longe de acabar. E talvez essa seja apenas a primeira de muitas medidas controversas que veremos por aí.