Anvisa pisa no freio: versões manipuladas de Ozempic, Mounjaro e Wegovy são proibidas no Brasil
Anvisa proíbe manipulação de Ozempic e similares

Pois é, pessoal. A Anvisa resolveu botar o pé na mesa — e com razão, diga-se de passagem. A agência acaba de proibir, de forma categórica, a manipulação farmacêutica dos medicamentos Ozempic, Mounjaro e Wegovy em todo o território nacional. A decisão, publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, não deixa margem para dúvidas: a partir de agora, tá roladíssimo.

E olha, não é por pouco. A agência deixou claro que a segurança do paciente simplesmente não pode ser negociada. As formulações desses remédios — que viraram febre nas redes sociais e nas clínicas de emagrecimento — são complexas pra chuchu. Extremamente sensíveis, na verdade. Qualquer deslize na hora de preparar, qualquer impureza ou variação na dosagem, e o tiro pode sair pela culatra. Literalmente.

O que está por trás da decisão?

O principal ponto de conflito, vamos combinar, sempre foi a questão da eficácia e, claro, do perigo. A Anvisa foi taxativa: as versões manipuladas desses princípios ativos (semaglutida e tirzepatida) não possuem comprovação de estabilidade, qualidade ou mesmo segurança. Simples assim. Não existem estudos que garantam que a fórmula manipulada vai funcionar direito — ou que não vai fazer mal.

E aí, me diz: vale a pena arriscar? Muita gente, na ânsia de emagrecer rápido ou pagar mais barato, acaba pulando etapas. Só que o barato, como diz o ditado, pode sair caro. E nesse caso, o preço pode ser a própria saúde.

Efeito dominó na farmácia de manipulação

A resolução da Anvisa não veio de supetão. Ela já estava sendo amadurecida há tempos, especialmente depois que uma enxurrada de relatos sobre efeitos colaterais — e a falta de resultados — começou a pipocar. Agora, as farmácias de manipulação terão que se adaptar. Quem descumprir, pode se preparar para multas pesadas e, em casos mais graves, até interdição.

Não é exagero. A fiscalização promete ser rigorosa. A ordem é clara: retirar todos os estoques existentes e comunicar imediatamente aos pacientes que encomendaram. Sem meias-palavras.

E então, o que fazer? Quem já usa ou pensava em usar a versão manipulada desses medicamentos precisa, antes de tudo, conversar com seu médico. A automedicação — ou a troca não autorizada de formulações — é uma roleta-russa perigosíssima. A orientação é buscar alternativas dentro do que é regulado, seguro e, acima de tudo, aprovado.

No fim das contas, a mensagem que fica é clara: quando o assunto é saúde, não dá pra cortar caminho. Melhor prevenir do que remediar — ainda mais quando o remédio pode ser, ele mesmo, o problema.