Esgoto Invisível: 3 em Cada 10 Casas no Brasil Vivem sem Saneamento Básico, Aponta IBGE
3 em cada 10 casas no Brasil sem esgoto, diz IBGE

Imagine acordar, tomar seu café e não ter para onde escoar a água suja da pia. Pois é, essa realidade atinge milhões de brasileiros todos os dias. O último levantamento do IBGE trouxe um dado que, francamente, deveria nos envergonhar: três em cada dez residências no país simplesmente não estão conectadas a nenhum serviço de coleta de esgoto.

Não é apenas um número—são famílias inteiras convivendo com riscos sanitários que parecem saídos de outro século. A gente até pensa que estamos avançando, mas aí esses números chegam e mostram o abismo que ainda precisamos cruzar.

Desigualdade que Salta aos Olhos

Enquanto no Sudeste 88,3% dos domicílios têm esgotamento sanitário adequado—o que já não é perfeito, mas é algo—no Nordeste a situação é dramática: apenas 44,8%. Quase metade da população sem acesso a um direito básico. Algo está muito errado nessa equação, não?

E olha que estamos falando de 2022, gente. Não dos anos 80. A desconexão entre regiões é tão evidente que dói. O Norte também patina, com só 57,9% de cobertura. Precisamos falar sobre isso urgentemente.

Além dos Números: O Que Isso Significa no Dia a Dia?

Falta de saneamento não é só um problema estatístico—é saúde comprometida, é criança faltando na escola por diarreia, é valor imobiliário que não sobe, é dignidade que vai ralo abaixo. Literalmente.

E tem mais: mesmo onde há rede, nem sempre o tratamento existe. Cerca de 10% do esgoto coletado não é tratado. Despejado na natureza como se fossem tempos medievais. Inacreditável para um país que se quer moderno.

E As Soluções?

O Marco Legal do Saneamento surgiu com a promessa de universalizar o serviço até 2033. Mas, entre papel e realidade, há um oceano de burocracia, investimentos tardios e—por que não dizer?—falta de prioridade política real.

Enquanto isso, comunidades seguem improvisando soluções perigosas. Fossas sépticas nem sempre bem feitas, valas a céu aberto, contaminação do lençol freático. Um ciclo vicioso que prejudica especialmente os mais vulneráveis.

Precisamos cobrar mais que discurso. Precisamos de ação—rápida e eficiente. Porque saneamento básico não é luxo: é direito fundamental. E está na hora de tratarmos como tal.