10ª morte por metanol em SP: jovem de 26 anos é vítima em Sorocaba
10ª morte por metanol em SP: jovem de 26 anos

Um jovem de 26 anos tornou-se a décima vítima fatal por intoxicação por metanol no estado de São Paulo. Felipe Henrique Alves da Silva morreu no dia 16 de agosto em Sorocaba, após consumir bebida alcoólica adulterada com a substância tóxica.

A tragédia em Sorocaba

O caso de Felipe representa a segunda morte registrada na região de Sorocaba e Jundiaí, que concentra 20% das mortes por intoxicação por metanol em todo o estado paulista. Até esta quarta-feira (26), dez óbitos haviam sido confirmados pela Secretaria Estadual da Saúde.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência foi acionado, mas constatou o falecimento do jovem em sua própria residência. Felipe apresentou sintomas como dores de cabeça intensas, náusea e ânsia após ingerir a bebida contaminada.

Ele foi sepultado no Cemitério Consolação no dia seguinte à sua morte, mas a causa do óbito só foi confirmada nesta terça-feira (25), mais de três meses após o ocorrido. Felipe deixou dois filhos.

Risco iminente à saúde

Segundo especialistas, o quadro de uma pessoa intoxicada por metanol pode se agravar tragicamente em apenas 48 horas se não receber tratamento médico adequado. A médica intensivista Patrícia Mello, presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, explica que a mortalidade pode superar 50% sem atendimento rápido.

Os sintomas de alerta geralmente aparecem entre 10 e 12 horas após a ingestão, mas podem surgir em até 48 horas. Entre os sinais iniciais estão:

  • Dor de cabeça intensa
  • Alterações de consciência
  • Náusea e vômito
  • Dor abdominal
  • Vertigem
  • Sintomas visuais como visão borrada e fotofobia

Em casos mais graves, o paciente pode evoluir rapidamente para coma e até sofrer perda súbita da visão.

Operação de fiscalização

Diante do crescente número de casos, a Vigilância Sanitária, com apoio da Polícia Militar e Guarda Civil Municipal, intensificou a fiscalização em estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas na região.

O modus operandi dos falsificadores consiste em reaproveitar garrafas de marcas famosas de bebidas, como gin e vodca, e adulterar o conteúdo adicionando metanol - uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação.

Além de Felipe, outra vítima fatal foi registrada em Jundiaí no dia 14 de outubro. Leonardo Anderson, de 37 anos, faleceu após permanecer 11 dias internado com sintomas de intoxicação por metanol. Sua família confirmou que ele havia ingerido bebida alcoólica antes de apresentar os sintomas.

As autoridades alertam a população para os riscos do consumo de bebidas de origem duvidosa e recomendam que, em caso de suspeita de intoxicação, o paciente informe ao médico sobre a ingestão de qualquer líquido de fonte não confiável.