
Você já sentiu aquela preguiça de segunda-feira que se arrasta até sexta? Aquele desânimo que faz o relógio parecer congelado e cada tarefa virar uma montanha? Cuidado, pode não ser só cansaço — talvez seja Rust Out, um tipo de desgaste profissional que corrói devagar, como ferrugem.
Não é burnout, mas dói igual
Enquanto o burnout é um incêndio — intenso e visível —, o rust out é mais como um vazamento no telhado. Vai molhando aos poucos até apodrecer as vigas. "É uma apatia crônica", explica a psicóloga Ana Lúcia Campos. "O profissional não está exausto, está... entediado até a alma."
Principais sintomas (que muita gente ignora):
- Fazer tudo no piloto automático (e nem lembrar depois)
- Sabe aquela reunião que você assiste pensando no almoço? Pois é.
- Zero empolgação com projetos novos — "mais do mesmo" vira lema
Por que isso acontece?
Ah, os culpados são vários. Trabalho repetitivo, falta de desafios, chefes que não reconhecem seu potencial... Ou pior: quando você tem talento de sobra, mas fica preso em funções que não usam 10% da sua capacidade. "É como dirigir um Ferrari na primeira marcha", compara o consultor de carreira Marcos Ribeiro.
E tem a questão da geração: millennials e Zoomers são especialmente vulneráveis. Cresceram ouvindo "siga sua paixão" e agora engolem seco ao perceber que trabalho raramente é... bem, divertido.
Como escapar dessa?
Primeiro, reconheça o problema — difícil quando a sociedade glorifica o "sempre ocupado". Depois, experimente:
- Microdesafios: Pequenas metas pessoais dentro do trabalho (ex.: aprender uma função nova por semana)
- Reset mental: Pausas reais — não adianta ficar no celular vendo trabalho
- Conversa franca: Se possível, fale com seu chefe sobre ajustes de função
Mas atenção: se a apatia vier acompanhada de sintomas físicos (dores, insônia), procure um profissional. Às vezes o rust out é porta de entrada para depressão.
No fim, trabalho não precisa ser festa todo dia — mas também não deveria ser uma sentença de tédio. Como dizia o poeta Mário Quintana: "O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você". Que tal começar a regar seu jardim profissional?