
Imagine trabalhar para cuidar de quem precisa e, no meio do caminho, levar uma surra. Foi o que aconteceu com uma psiquiatra em Iperó, interior de São Paulo, nesta segunda-feira (12). A profissional — que prefere não ser identificada — foi agredida por um adolescente dentro de uma unidade do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).
Segundo testemunhas, o clima já estava pesado desde cedo. O jovem, que tem histórico de transtornos mentais, teria perdido a paciência durante uma consulta de rotina. De repente, partiu para a agressão física — e não foi pouco. A médica acabou no chão, com hematomas visíveis e muita dor.
O socorro veio rápido, mas o susto ficou
Colegas de trabalho intervieram na hora, mas o estrago já estava feito. A psiquiatra precisou ser levada às pressas para atendimento médico. Enquanto isso, o adolescente foi contido pela equipe de segurança e encaminhado para avaliação psiquiátrica de urgência.
— A gente sabe que lidar com crises faz parte do trabalho, mas ninguém merece passar por isso — desabafou uma enfermeira que pediu anonimato. — Tem dias que a gente sai daqui com o corpo e a cabeça no limite.
Falta de estrutura ou caso isolado?
O incidente reacendeu um debate antigo entre os profissionais da saúde mental: até onde vai a linha entre acolhimento e segurança? Alguns reclamam da falta de protocolos claros para situações de risco, enquanto outros defendem que casos assim são raros.
Na rede social X, o prefeito de Iperó, Marco Aurélio, classificou o fato como "lamentável" e prometeu apurar as circunstâncias. Já a Secretaria Municipal de Saúde emitiu nota dizendo que "está prestando todo suporte necessário à profissional" e que "reforçará as medidas de segurança nas unidades".
Enquanto isso, a psiquiatra se recupera em casa — com direito a afastamento médico e acompanhamento psicológico. E o adolescente? Bom, ele segue sob cuidados especiais, mas ninguém soube dizer exatamente o que desencadeou a explosão de violência.
Uma coisa é certa: o caso deixou marcas que vão muito além dos hematomas. E você, o que acha? Até que ponto os profissionais de saúde mental estão protegidos no Brasil?