
O consumo de "ice", uma forma cristalina e altamente viciante de metanfetamina, tem crescido de forma alarmante entre jovens de classe média alta no Brasil, levantando preocupações entre especialistas e autoridades.
Diferente do cenário tradicional associado a drogas ilícitas, o ice está sendo utilizado em festas particulares, universidades de elite e até mesmo em condomínios fechados, segundo relatos de agentes de saúde e segurança.
O perfil do novo usuário
Enquanto o crack historicamente afetou populações vulneráveis, o ice atrai um público com maior poder aquisitivo:
- Jovens entre 18 e 30 anos
- Estudantes de universidades particulares
- Profissionais liberais e herdeiros de empresas
- Frequentadores de baladas e festas exclusivas
Por que o ice preocupa?
A droga representa riscos únicos à saúde:
- Potência: até 10 vezes mais forte que a metanfetamina comum
- Vício rápido: dependência química pode se estabelecer em poucas semanas
- Efeitos colaterais graves: incluindo psicose, problemas cardíacos e deterioração física
Desafios para as autoridades
O perfil socioeconômico dos usuários cria novos obstáculos para políticas públicas:
"Temos um cenário onde famílias influentes muitas vezes protegem os usuários, dificultando a abordagem e o tratamento", explica um delegado que preferiu não se identificar.
Especialistas alertam que, sem ações coordenadas entre saúde, educação e segurança pública, o Brasil pode enfrentar uma crise sanitária sem precedentes entre sua elite econômica.