São Paulo inicia vacinação contra VSR em gestantes: 34 mil doses disponíveis
Vacina contra VSR começa a ser aplicada em gestantes em SP

A cidade de São Paulo deu um passo importante na saúde pública neste sábado (6). Pela primeira vez, a rede municipal começou a aplicar a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) em gestantes a partir da 28ª semana de gravidez. A iniciativa marca a incorporação do imunizante ao Calendário Nacional de Vacinação da Gestante, oferecendo proteção crucial para os bebês nos primeiros meses de vida.

Proteção imediata para os recém-nascidos

O VSR é um vírus conhecido por causar infecções graves nas vias respiratórias, principalmente nos pulmões. Ele é o principal agente responsável pela bronquiolite em recém-nascidos. A vacinação durante a gestação tem um objetivo claro: transferir anticorpos da mãe para o feto, garantindo uma proteção imediata ao bebê após o nascimento, especialmente nos críticos primeiros seis meses de vida.

Segundo dados da Prefeitura, a capital paulista recebeu do Ministério da Saúde um lote inicial de cerca de 34 mil doses. Essas doses já estão em processo de distribuição para as unidades de saúde habilitadas para a aplicação.

Onde e quando se vacinar em São Paulo

A logística de vacinação foi organizada para facilitar o acesso das gestantes. Aos sábados, a imunização acontece nas Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs) e UBSs Integradas, no horário das 7h às 19h. De segunda a sexta-feira, o atendimento é realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), também no mesmo horário.

Para receber a dose, a gestante precisa apresentar:

  • Documento de identificação com foto.
  • Comprovação da idade gestacional igual ou superior a 28 semanas.

A recomendação é que as gestantes consultem a disponibilidade de doses em sua unidade de referência através do sistema De Olho na Fila, antes de se deslocar.

Impacto do VSR e importância da vacina

Os números destacam a urgência da prevenção. O VSR, mais comum no inverno, levou a aproximadamente 83 mil internações de bebês prematuros no Brasil entre 2018 e 2024. Um dado alarmante é que, em 2025, os casos de VSR em bebês já registraram um aumento de 52%.

A estatística é contundente: a cada cinco crianças infectadas pelo vírus, uma precisa de atendimento ambulatorial. Em média, uma em cada 50 bebês infectados é hospitalizada no primeiro ano de vida. No Brasil, cerca de 20 mil crianças com menos de um ano são internadas anualmente devido a complicações do VSR.

O risco é ainda maior para os prematuros, cuja taxa de mortalidade por VSR é sete vezes maior do que a de bebês nascidos a termo. A nova vacina tem um potencial transformador: estima-se que ela possa prevenir cerca de 28 mil internações por ano e beneficiar aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos vivos anualmente no país.