
Eis que Sergipe entra para o mapa da medicina de ponta – e de um jeito que ninguém esperava. A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju, acaba de realizar um procedimento que vai mudar o jogo: o primeiro transplante de células-tronco extraídas da placenta no estado.
Não foi um mero protocolo médico. Foi quase um milagre da ciência, feito com recursos limitados de um hospital público. A equipe, que vinha se preparando há meses, conseguiu coletar as células-tronco de uma placenta doada após parto normal e transplantá-las em um paciente com doença hematológica.
Como funciona essa revolução?
Pra quem não é da área, a placenta – aquela que antes ia pro lixo – virou ouro em forma de células regenerativas. Diferente das polêmicas células embrionárias, essas aqui são 100% éticas e têm um potencial absurdo. Podem tratar desde doenças do sangue até lesões que antes pareciam irreversíveis.
O médico responsável, Dr. Carlos Albuquerque (que tem um sotaque carregado e um jeito meio despojado de explicar coisas complexas), contou que o paciente reagiu melhor do que o esperado. "A gente tava com o pé atrás, mas o corpo abraçou essas células como se fossem dele mesmo – e no fundo, são", disse, meio filosófico.
O que isso muda na prática?
- Custos mais baixos que transplantes convencionais
- Menor risco de rejeição (a placenta é tipo um "curinga imunológico")
- Fonte renovável – toda gestação gera material potencial
Mas calma lá, não é passe de mágica. O procedimento ainda precisa de anos de estudo e aprovações. Ainda assim, Sergipe deu um passo gigante – quem diria que um estado pequeno no Nordeste iria liderar essa revolução médica?
Enquanto isso, outras maternidades já estão de olho no método. "Se der certo em escala, pode virar política pública", sonha alto a diretora do hospital, que pediu pra não ser identificada (mas deixou escapar um sorriso de orgulho).