
Um drama que nenhuma família deveria viver. Em Pedreira, no interior de São Paulo, pais enlutados enfrentam a dor da perda de um filho de apenas nove dias de vida — e agora levantam suspeitas graves contra o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti.
Tudo começou com um parto aparentemente normal, mas o que se seguiu foi uma sucessão de erros que, segundo os pais, custou a vida do pequeno. A mãe, ainda frágil do parto, relata ter percebido algo errado já nas primeiras horas: "Ele não mamava direito, chorava de um jeito diferente... mas os enfermeiros diziam que era normal".
O que deu errado?
Quando a febre apareceu no terceiro dia, a situação escalou rápido. O bebê foi transferido para a UTI neonatal, mas a família alega que:
- Demorou horas para um médico avaliar a criança
- Exames cruciais foram negligenciados
- Medicação adequada só chegou quando já era tarde demais
"Eles trataram meu filho como número, não como um ser humano", desabafa o pai, visivelmente abalado. O laudo preliminar aponta septicemia — uma infecção generalizada que, se tratada a tempo, poderia ter tido outro desfecho.
O outro lado
Procurada, a administração do hospital emitiu uma nota genérica sobre "respeito à privacidade da família" e "compromisso com a qualidade no atendimento". Mas evitou comentar os detalhes específicos do caso.
Enquanto isso, o Conselho Regional de Medicina já foi acionado e prometeu apurar as denúncias. "Casos como esse não podem cair no esquecimento", comenta um advogado especializado em erros médicos que acompanha o caso.
Agora, além do luto, a família enfrenta outra batalha: a busca por justiça. E Pedreira — aquela cidade tranquila do interior — se vê no centro de um debate sobre a precariedade do SUS em municípios menores.