Um caso trágico envolvendo a morte de uma criança de seis anos está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais como possível negligência médica. O menino, Ysrael Marcos Silva Pinho, que havia completado seis anos no dia 14 de novembro, faleceu após ser atendido três vezes em um hospital particular da rede Hapvida, na cidade de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Três idas ao hospital em menos de 48 horas
De acordo com o relato do pai à Polícia Militar, a sequência de eventos começou no domingo, dia 30 de outubro. A criança apresentou febre e falta de apetite, levando a família ao hospital pela manhã. Após avaliação, o menino recebeu alta e voltou para casa.
No final da noite do mesmo domingo, o quadro persistiu e a família retornou à unidade de saúde. Ysrael foi avaliado novamente e, mais uma vez, foi liberado pelos profissionais do hospital.
A situação tomou um rumo mais grave na manhã de segunda-feira, dia 1º de novembro. O pai levou o filho ao hospital pela terceira vez, informando que o estado de saúde do menino havia piorado consideravelmente. Segundo o boletim de ocorrência, mesmo com a contestação do pai, a criança recebeu medicação para enjoo e teve alta médica.
Morte em menos de uma hora após última alta
O desfecho fatal ocorreu no início da tarde daquela segunda-feira. Ysrael foi levado ao hospital pela terceira vez, mas não resistiu. O óbito foi registrado às 13h58, menos de uma hora após o último atendimento e liberação.
A supervisão do hospital informou à Polícia Militar que a morte foi registrada após uma evolução do quadro clínico durante o atendimento. No entanto, a certidão de óbito da criança aponta a causa da morte como "origem indeterminada", o que amplia as dúvidas sobre o caso.
Investigações em andamento
A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que instaurou um inquérito para apurar com detalhes todas as circunstâncias que levaram à morte do menino. As diligências estão em fase inicial e novas informações devem ser divulgadas conforme o andamento do caso.
O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) também foi acionado. A entidade afirmou, por meio de nota, que analisa todas as denúncias recebidas com base no Código de Processo Ético-Profissional, mas que os procedimentos em curso tramitam sob sigilo.
O pai da criança foi ouvido em depoimento pela polícia nesta quinta-feira, dia 4 de novembro. A reportagem do g1 entrou em contato com a rede Hapvida para obter um posicionamento sobre o caso, mas não recebeu retorno até a última atualização desta matéria.