Bebê acreano supera cardiopatia grave após transferência para São Paulo
O pequeno Calebe de Souza Moraes, de apenas 5 meses de vida, conquistou uma importante vitória em sua batalha contra uma cardiopatia congênita grave. Na última quarta-feira (19), após nove dias na Unidade de Terapia Intensiva, o bebê recebeu alta da UTI e segue seu tratamento na enfermaria do Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto, no interior paulista.
A jornada de Calebe começou em 30 de outubro, quando foi transferido do Hospital da Criança em Rio Branco, Acre, para São Paulo. O motivo da transferência era a necessidade de um atendimento especializado para tratar a tetralogia de Fallot, uma malformação cardíaca rara que afeta o fluxo sanguíneo entre o coração e os pulmões.
Batalha pela vida na UTI pediátrica
Leivia do Vale de Souza, mãe do bebê e servidora pública de 37 anos, relatou ao g1 os momentos de angústia durante os 44 dias de internação do filho. "Nesses 44 dias de hospital, confesso que quando vi meu filho em estado grave, quase perdi a esperança, mas mantive minha fé. Foram dias angustiantes, chorei muito quando vi quase meu filho perdendo a vida", emocionou-se.
Durante os 45 dias na UTI, Calebe enfrentou múltiplas complicações: bronquiolite, infecção bacteriana nos rins, pneumonia e precisou ser entubado. A mãe descreveu o momento mais crítico: "Ver meu filho daquele jeito, entubado e completamente inchado foi desesperador, pois não cheguei a reconhecê-lo".
No dia 3 de dezembro, o bebê passou por uma cirurgia cardíaca de quase cinco horas para reparação do problema. Após o procedimento, ficou cerca de oito dias internado na unidade semi-intensiva do hospital, que é referência nacional em procedimentos pediátricos de alta complexidade.
Superação e significado do nome
O nome Calebe carrega um significado especial: "de todo coração", representando dedicação total. E foi com essa energia que a família enfrentou uma das fases mais difíceis de suas vidas.
Leivia, que é moradora de Plácido de Castro, no interior do Acre, nunca havia saído do estado antes desta jornada. Ela confessou que a saudade dos outros três filhos que ficaram no Acre tem sido um desafio adicional. "A saudade é grande e dolorosa. A gente aqui tão longe da família e passando por momentos tão difíceis não é fácil", afirmou.
Apesar das dificuldades, a mãe destacou o apoio recebido: "Tivemos uma equipe maravilhosa. O médico que fez a cirurgia do meu filho já operou vários bebês acreanos e salvou muitas vidas. Se o Calebe não tivesse feito logo a cirurgia, hoje não estaria entre nós".
Próximos passos no tratamento
A família ainda não tem uma data específica para retornar ao Acre, mas quando voltar, pretende celebrar o que considera um milagre pela vida de Calebe. O bebê continuará needing acompanhamento médico especializado, incluindo consultas com cardiologista pediátrico, fisioterapeuta e outros especialistas.
Segundo a pediatra intensivista Elizabeth Souza, a tetralogia de Fallot pode causar dificuldade de oxigenação, cansaço, falta de ar e coloração azulada na pele. A condição exige cirurgia corretiva e acompanhamento especializado contínuo.
Leivia resume a experiência como um milagre: "Estive sempre na expectativa de tudo ocorrer bem, apesar de todas intercorrências. Olho para ele sem acreditar, é um milagre". A família agora aguarda ansiosamente o momento do reencontro com seus entes queridos no Acre, levando consigo a esperança renovada pela recuperação do pequeno guerreiro.