Um caso grave de suposta negligência médica está causando comoção em Manaus. Um bebê de apenas um mês de vida sofreu queimaduras de segundo grau durante um procedimento de rotina na Maternidade Ana Braga, unidade de referência na capital amazonense.
O incidente que chocou a família
A pequena Helena (nome fictício) foi submetida a um exame de raio-X no último sábado (19). De acordo com relato da mãe, Maria Silva, a criança foi posicionada desprotegida sobre a mesa do aparelho, que estaria extremamente quente devido ao uso contínuo.
"Colocaram minha filha diretamente na mesa, sem nenhuma proteção", desabafa a mãe. "Quando retiraram, ela estava com marcas profundas de queimadura nas costas e nas perninhas".
Atendimento insuficiente e descaso
Após o incidente, a situação se agravou com a demora no atendimento adequado. A equipe médica teria aplicado apenas pomada para queimaduras, sem oferecer o cuidado especializado necessário para um caso tão grave em um recém-nascido.
"Eles minimizaram totalmente a situação", relata Maria. "Minha bebê chorava sem parar de dor, e não fizeram nada além de passar uma pomada simples".
Procedimentos padrão ignorados
Especialistas consultados destacam que protocolos básicos de segurança foram violados:
- Uso de superfície protetora entre paciente e equipamento
- Verificação da temperatura do aparelho antes do exame
- Atendimento imediato por especialista em queimaduras
- Comunicação transparente com a família sobre o ocorrido
Busca por justiça e mudanças
A família já registrou boletim de ocorrência na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Saúde e exige:
- Responsabilização dos envolvidos
- Indenização pelos danos causados
- Investigação completa das condições da maternidade
- Garantia de que casos similares não se repetirão
"Não quero que nenhuma outra mãe passe por isso", declara Maria. "É uma dor que nenhum pai deveria sentir".
Posicionamento da instituição
A Fundação Hospitalar de Saúde do Amazonas, responsável pela Maternidade Ana Braga, informou que o caso está sob investigação interna e que todos os procedimentos estão sendo analisados. A instituição garantiu que tomará as medidas cabíveis assim que a apuração for concluída.
Este caso levanta questões urgentes sobre a qualidade do atendimento na rede pública de saúde do Amazonas e a necessidade de fiscalização mais rigorosa nos procedimentos médicos, especialmente quando envolvem pacientes tão vulneráveis quanto recém-nascidos.