Brasileira descobre tumor raro após anos com sintomas atribuídos à menopausa
Tumor raro confundido com menopausa em brasileira

Uma brasileira de 62 anos enfrentou anos de sofrimento após ter seus sintomas erroneamente atribuídos à menopausa, quando na realidade eles escondiam um tumor neuroendócrino raro. A história de Rosana Martinez, moradora de São Paulo, revela os desafios do diagnóstico correto para doenças incomuns.

Os sinais que enganaram

Durante anos, Rosana acordava durante a noite sem ar e com o coração acelerado. "Achava que ia morrer", confessou ela em entrevista. Os sintomas incluíam:

  • Ondas de calor intensas
  • Coceira após o banho
  • Dores de estômago
  • Falta de ar constante
  • Taquicardia frequente
  • Episódios que descreveu como "quase um infarto"

Mesmo consultando diversos especialistas - ginecologistas, neurologistas e gastroenterologistas - nenhum exame apontava uma causa clara. A resposta que sempre ouvia era a mesma: "Deve ser menopausa".

A descoberta do tumor

A situação mudou radicalmente quando Rosana sentiu uma dor abdominal tão forte que não conseguia ficar em pé. Uma ressonância magnética finalmente identificou um tumor de cinco centímetros no fígado.

A biópsia revelou tratar-se de um tumor neuroendócrino e levantou uma suspeita importante: o tumor provavelmente não havia começado no fígado, já que esse tipo de câncer raramente tem origem nesse órgão.

Um exame PET-CT encontrou o tumor primário no intestino delgado, com apenas um centímetro, o que explica por que passou despercebido por tanto tempo. O pequeno tamanho do tumor original dificultou sua detecção precoce.

Tratamento e recuperação

Rosana passou por cirurgia para remover o tumor intestinal e parte do fígado. Seis anos mais tarde, uma nova lesão surgiu na região retroperitoneal, exigindo uma nova intervenção cirúrgica.

Ela entrou em remissão até 2022, quando uma nova alteração apareceu no mesmo local. Desta vez, os médicos optaram por um tratamento com injeções mensais de análogos de somatostatina, medicamentos que bloqueiam hormônios ligados ao tumor e retardam seu crescimento.

Após três anos de tratamento, Rosana não precisa mais de medicação contínua e segue apenas em acompanhamento médico. "Meu tumor está quietinho, controlado. É só uma manchinha", relatou ela com alívio.

Apesar da vigilância permanente, Rosana celebra ter recuperado sua qualidade de vida. "Voltei a respirar, a dormir e a viver bem", afirmou, destacando a importância do diagnóstico correto e do tratamento adequado.

Este caso alerta para a necessidade de investigação aprofundada quando sintomas persistentes são automaticamente atribuídos à menopausa, especialmente quando não respondem aos tratamentos convencionais.