Um capítulo histórico para a medicina reprodutiva mundial foi escrito em São Paulo. Pela primeira vez na história, nasceram trigêmeos de um útero transplantado, consolidando o Brasil como pioneiro em procedimentos de reprodução assistida de alta complexidade.
Marco científico global
O parto dos três bebês ocorreu no Hospital das Clínicas de São Paulo, instituição que já havia realizado o primeiro transplante de útero bem-sucedido do país em 2016. Agora, quase uma década depois, a mesma equipe médica comemora mais este feito extraordinário que coloca o Brasil no centro das atenções da medicina reprodutiva internacional.
"É a materialização de anos de pesquisa e dedicação", celebra o médico responsável pelo procedimento. "Demonstra que o transplante de útero não apenas restaura a capacidade reprodutiva, mas pode sustentar gestações múltiplas com sucesso".
Jornada de superação
A mãe, que preferiu manter sua identidade preservada, recebeu o útero transplantado de uma doadora falecida em 2022. Após o sucesso do transplante e recuperação, ela iniciou o processo de fertilização in vitro que resultou na gestação tripla.
Durante os nove meses, a gestação foi acompanhada rigorosamente por uma equipe multidisciplinar, incluindo obstetras, neontologistas, imunologistas e especialistas em medicina fetal. Os três bebês nasceram prematuros, entre 31 e 32 semanas, através de cesariana, e passam bem sob cuidados neonatais.
Significado para a medicina
Este caso representa muito mais que um recorde médico. Ele simboliza esperança renovada para milhares de mulheres que nasceram sem útero ou perderam o órgão devido a condições médicas diversas. O sucesso da gestação múltipla abre novas perspectivas sobre as possibilidades reprodutivas após transplantes uterinos.
"Cada nascimento após transplante de útero é uma vitória, mas trigêmeos representam um avanço exponencial", explica uma especialista em reprodução humana. "Isso comprova a resiliência do órgão transplantado e sua capacidade de sustentar vida múltipla".
Brasil na vanguarda
O programa de transplante de útero do Hospital das Clínicas já possibilitou o nascimento de 11 crianças desde sua implantação. Com este novo marco, o Brasil se consolida como referência mundial na área, ao lado de países como Suécia e Estados Unidos.
Os três recém-nascidos, dois meninos e uma menina, representam não apenas uma conquista familiar, mas um legado para a ciência mundial. Seus nascimentos escrevem uma nova página na história da medicina reprodutiva e ampliam os horizontes do que é possível na busca pela maternidade.
