Lipedema: doença crônica afeta milhões de mulheres e não melhora com dieta
Lipedema: doença que afeta milhões de mulheres

Uma condição de saúde pouco conhecida, mas que impacta a vida de milhões de brasileiras, frequentemente é confundida com um simples excesso de peso ou retenção de líquidos. Trata-se do lipedema, uma doença crônica e inflamatória que provoca um acúmulo desproporcional de gordura, principalmente nas pernas e, em alguns casos, também nos braços.

O quadro é marcado por sintomas como dor, sensibilidade ao toque e inchaço persistente. Um dos aspectos mais cruciais e frustrantes para as pacientes é que o lipedema não responde a dietas restritivas ou à prática regular de exercícios físicos convencionais. Mesmo com esforços significativos na alimentação e na academia, o acúmulo característico de gordura permanece, gerando um profundo impacto emocional.

O que é o lipedema e seus principais sintomas

O lipedema é definido como uma alteração no tecido gorduroso que fica logo abaixo da pele. Ele tem uma incidência esmagadoramente maior no público feminino, estando intimamente ligado a flutuações hormonais. Por isso, é comum que seus primeiros sinais surjam ou se intensifiquem em fases como a puberdade, uma gravidez ou a transição para a menopausa.

Os sintomas mais comuns que devem servir de alerta são:

  • Acúmulo de gordura nas pernas e/ou braços, criando um desproporção evidente em relação ao tronco.
  • Dor constante e sensação de peso nos membros afetados.
  • Pele sensível, que dói ao toque e apresenta hematomas com facilidade.
  • Dificuldade extrema para perder gordura nessas áreas específicas.
  • Inchaço que tende a aumentar ao longo do dia.

Essa combinação de sinais, infelizmente, costuma ser erroneamente atribuída à obesidade comum, a problemas de circulação ou a casos graves de celulite. Esse equívoco é a principal razão para os anos de sofrimento e o atraso no diagnóstico adequado.

A forte conexão com a menopausa

O período do climatério e da menopausa representa um momento crítico para a progressão do lipedema em mulheres que já têm uma predisposição genética para a doença. A queda brusca nos níveis de estrogênio e progesterona provoca mudanças significativas na microcirculação e no metabolismo das gorduras.

Essa alteração hormonal cria um ambiente propício para o avanço da condição. Além disso, o aumento da resistência à insulina e o estado de inflamação crônica, comuns nessa fase da vida, tornam o processo de emagrecimento ainda mais desafiador, frustrando as tentativas tradicionais de controle de peso.

Caminhos para o diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do lipedema é essencialmente clínico. Ele deve ser realizado por um médico especialista, que avaliará minuciosamente os sintomas apresentados e o histórico hormonal da paciente. Não existe um exame de imagem único para confirmá-lo; a experiência do profissional é fundamental.

Na Clínica do Dr. Rafael Lazarotto, o tratamento adotado segue uma abordagem multidisciplinar, desenhada para atacar o problema em várias frentes. O plano pode incluir:

  • Ajustes na terapia hormonal e um suporte nutricional personalizado para reequilibrar o metabolismo.
  • Programas de atividade física adaptados, com foco em melhorar a circulação linfática e vascular e no fortalecimento muscular.
  • Sessões de drenagem linfática manual e outros suportes para o sistema vascular.
  • Tratamentos complementares com o objetivo de reduzir os processos inflamatórios e controlar a dor.

O objetivo central não é apenas a estética, mas, sobretudo, melhorar a qualidade de vida, aliviar os sintomas debilitantes e ajudar a restaurar a autoestima da paciente.

Se você se identifica com essa luta, sentindo que faz "tudo certo" em termos de dieta e exercícios, mas suas pernas continuam inchadas, doloridas e com um formato desproporcional, é hora de considerar que pode não ser apenas uma questão de gordura comum. Pode ser lipedema. Buscar uma avaliação médica qualificada é o primeiro e mais importante passo para encontrar um tratamento eficaz e recuperar o bem-estar.