
O Rio Tapajós, com suas águas verde-esmeralda que cortam o coração da Amazônia, testemunhou nesta segunda-feira algo realmente extraordinário. Não era um boto cor-de-rosa, nem peixes raros — era algo muito mais poderoso. Dezenas de atletas, unidos por uma causa que toca tantas famílias brasileiras, formaram com seus corpos um laço rosa gigante que flutuava sobre as águas.
Parecia coreografia, mas era conscientização pura. A cena — digna de filme — aconteceu durante o nascer do sol, quando a luz dourada batia nas águas calmas do rio. E pensar que cada pessoa ali na água representava alguém que já enfrentou, conhece quem enfrentou ou simplesmente se importa com essa luta.
Mais que uma imagem bonita
O coordenador da ação, Marcelo Viana — que organiza essas coisas há anos — me contou algo que ficou na cabeça: "A gente cansa de ver números, estatísticas. Mas uma imagem dessas? Ela gruda na memória." E é verdade. Quantos de nós já não vimos campanhas que entram por um ouvido e saem pelo outro?
O que me chamou atenção — e talvez chame a sua também — é que essa não foi só mais uma ação simbólica. Enquanto formavam o laço, os atletas distribuíam panfletos com informações cruciais. Coisas que toda mulher deveria saber, mas que muitas ainda desconhecem:
- Autoexame mensal não é opcional — é essencial
- Mamografia anual depois dos 40 deve ser prioridade
- Observar mudanças no corpo pode salvar vidas
- Procura imediata ao médico ao notar qualquer alteração
Parece básico, né? Mas a realidade mostra que não é.
Os números que não podemos ignorar
Aqui é onde a coisa fica séria. O câncer de mama — vamos falar a verdade — ainda assusta muito. E com razão. É o tipo que mais mata mulheres no Brasil, um dado que deveria nos fazer correr para fazer os exames.
Mas tem um lado bom nessa história toda: quando descoberto cedo, as chances de cura sobem para impressionantes 95%. Noventa e cinco por cento! É quase como ter a receita do sucesso na mão e não usar.
O que me deixa pensando: por que tantas ainda negligenciam a prevenção? Medo do resultado? Falta de tempo? Acesso difícil ao sistema de saúde? Provavelmente um mix de tudo isso.
Além do laço no rio
Enquanto os atletas saíam da água — alguns tremendo de frio, mas todos com sorrisos de dever cumprido — a conversa nas margens do Tapajós continuava. Pessoas que nunca tinham se falado antes trocando histórias, experiências, medos.
Uma senhora, dona Maria — deve ter seus 70 anos — me contou que faz mamografia todo ano "desde que perdi uma amiga para essa doença". Ela disse algo sábio: "Medo a gente tem, mas negligência é pior."
E é por isso que ações como essa importam. Não é só pela foto bonita — que, convenhamos, ficou incrível. É porque elas quebram a rotina, fazem parar por um minuto e pensar. Me fizeram pensar, pelo menos.
No final das contas, o laço rosa no Tapajós se desfez, mas a mensagem — essa espero que continue ecoando. Porque no fundo, todo mundo conhece alguém. Uma mãe, irmã, amiga, vizinha. Ou pode ser a gente mesma.
E aí, quando foi sua última mamografia?