Apenas 11,2% das gestantes têm carteira de vacinação completa
Apenas 11,2% das gestantes vacinadas completamente

Um estudo realizado por pesquisadores de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, revelou uma situação alarmante: apenas 11,2% das gestantes atendidas no Hospital Estadual da cidade estão com a carteira de vacinação completamente em dia.

Metodologia da pesquisa sobre vacinação

A investigação científica, publicada em revista internacional, analisou o período entre agosto de 2022 e abril de 2023. Durante esse intervalo, os pesquisadores contataram 1.130 mulheres internadas, mas apenas 541 tinham as carteiras de pré-natal disponíveis para análise detalhada.

O trabalho foi desenvolvido por estudantes da Unoeste e Unesp, sob coordenação do médico ginecologista e obstetra Luís Antônio Gilberti Panucci, como parte de sua dissertação de mestrado em Ciências da Saúde.

Resultados preocupantes da vacinação

Os números confirmados pelo estudo são especialmente preocupantes: 31% das gestantes não apresentavam nenhum registro de vacina em suas carteiras. Essa lacuna na imunização aumenta significativamente o risco de possíveis sequelas nos bebês.

Um dos exemplos mais críticos identificados foi a ausência da vacina dTpa, que protege contra tétano, difteria e coqueluche - doenças que podem ser particularmente perigosas para recém-nascidos.

A idade média das participantes foi de 27 anos, e um dado curioso emergiu: embora a grande maioria (91,1%) acreditasse ter sido vacinada durante a gravidez, apenas 61,5% souberam especificar quais vacinas haviam recebido.

Problemas de registro e adesão

A pesquisa identificou dois problemas principais: a falta de adesão à vacinação e problemas no registro das doses aplicadas. Muitas gestantes chegam a tomar as vacinas necessárias, mas não atualizam corretamente o cartão de pré-natal, criando uma distorção nos dados oficiais.

Os números do Ministério da Saúde para este ano mostram que Presidente Prudente está com 74% de cobertura vacinal entre grávidas, enquanto Bauru registra 81%. Em relação especificamente à vacina contra influenza, Presidente Prudente não vacinou 29% das gestantes, enquanto Bauru aparece com quase 60% de gestantes protegidas.

O estudo contou com a participação da estudante de Medicina Luiza Sant'Anna Pinheiro e de João Pedro Teixeira Roque, especialista em informática do Hospital Estadual, além dos professores doutores Rogério Giuffrida e Edilson Ferreira Flores.