
Eis que a balança da Justiça pendeu para o lado verde em Mato Grosso do Sul. Numa decisão que vai fazer história — e muita gente suspirar de alívio —, uma associação local ganhou na Justiça o direito de cultivar e distribuir maconha para fins medicinais. Não é pouco, não. É tipo abrir a porteira de um tabu com tranca a sete chaves.
O caso, que rolou nos bastidores da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campo Grande, virou um marco. A associação, que prefere não estampar o nome (afinal, ainda tem gente que torce o nariz), agora pode "plantar, processar e entregar o remédio a pacientes com prescrição médica". A sentença saiu no dia 15 de agosto, mas o eco tá só começando.
O que muda na prática?
Pra quem sofre de epilepsia refratária, dor crônica ou os efeitos colaterais da quimioterapia, essa vitória é um alento. Antes, os pacientes dependiam de importações caríssimas ou do mercado ilegal — um risco desnecessário pra quem já tá na corda bamba da saúde.
- Cultivo controlado: A associação vai operar com regras rígidas, sob supervisão da Anvisa e da Polícia Federal
- Preço acessível: Sem intermediários, o custo do tratamento deve cair pela metade
- Qualidade garantida: Sem agrotóxicos ou misturas perigosas, comum no mercado negro
E olha só o detalhe: o juiz não só liberou como criticou a morosidade do governo. Segundo ele, "enquanto o poder público arrasta os pés, pessoas sofrem sem acesso a tratamentos comprovados". Duro, né?
E os contras?
Claro que tem quem ainda relute. Alguns deputados estaduais já soltaram foguetório contra a decisão, falando em "porta aberta para o vício". Só que os números não mentem: onde a cannabis medicinal foi regulamentada, o uso recreativo não aumentou. Pelo contrário — reduziu o tráfico porque cortou a demanda.
Pra você ter ideia, um estudo da USP mostrou que 82% dos pacientes com dor neuropática tiveram melhora significativa. E aí? Vamos ignorar a ciência porque a planta tá cheia de preconceito?
O que vem agora? A associação já tá de mudança pra um galpão adaptado em Dourados. Até o fim do ano, prometem atender 300 pessoas. E o melhor: tão treinando agricultores familiares pra virar fornecedores — porque afinal, quem entende de plantar é o povo da terra.