Bolor em alimentos: por que cortar a parte estragada não é seguro
Bolor em alimentos: por que descartar é a única opção

Encontrar um alimento com bolor na despensa ou na geladeira é uma situação comum que gera uma dúvida imediata: basta retirar a parte afetada ou é necessário jogar tudo fora? Apesar da tentação de salvar o que parece estar em bom estado, a orientação das autoridades de saúde é clara e unânime.

O perigo invisível do bolor

O bolor não é apenas uma mancha superficial. Trata-se de um fungo microscópico que libera partículas no ar e se espalha com facilidade pelos alimentos. De acordo com informações da BBC, citadas na reportagem original, a estrutura interna do fungo, conhecida como micélio, invade profundamente o alimento muito antes de qualquer sinal visível aparecer.

Quando aquele aspecto esbranquiçado, colorido ou empoeirado finalmente surge na superfície, significa que o fungo já se estabeleceu internamente há vários dias. Embora os bolores tenham um papel crucial no meio ambiente, ajudando na decomposição de matéria orgânica, eles não são seguros para o consumo humano.

Quais alimentos descartar imediatamente

Médicos e especialistas em segurança alimentar reforçam que a presença de bolor torna o consumo arriscado. A regra de observar, cheirar e provar para avaliar produtos fora do prazo de validade, promovida por plataformas contra o desperdício como a Too Good To Go, não se aplica quando há bolor, devido à contaminação invisível.

Confira a lista de alimentos que devem ser descartados ao primeiro sinal de bolor:

  • Frutas e vegetais
  • Pães
  • Sobras de refeições
  • Geleias e compotas
  • Manteigas de oleaginosas (como amendoim)
  • Bacon e salsichas
  • Iogurtes
  • Queijos moles

Como prevenir e quais os riscos da ingestão

Embora seja impossível impedir totalmente o desenvolvimento de fungos, algumas medidas práticas podem reduzir significativamente o risco. Como o bolor se desenvolve melhor em ambientes quentes e úmidos, manter a cozinha limpa, seca e bem ventilada é fundamental para evitar sua proliferação.

O modo de armazenar os alimentos também influencia. Um exemplo dado é o das ervas frescas, que duram mais quando guardadas em potes herméticos forrados com papel-toalha dentro da geladeira. Comprar porções menores e transportar os alimentos com cuidado são outras estratégias para minimizar o desperdício em caso de contaminação.

E se alguém acidentalmente ingerir um alimento com bolor? Além do sabor desagradável e da textura que pode causar náusea imediata, a maioria das pessoas não apresenta complicações graves. No entanto, profissionais de saúde recomendam ficar atento a possíveis sintomas como vômito, diarreia ou dificuldade para respirar.

Dependendo do tipo de fungo, a ingestão pode levar a uma intoxicação alimentar ou a uma reação alérgica. A melhor estratégia, portanto, continua sendo a prevenção e o descarte seguro quando o bolor é detectado.