
Quem disse que hospital é só lugar de dor e espera? Em Porto Alegre, uma cena rara aqueceu corações e virou notícia. Uma paciente transplantada — que prefere não ter o nome divulgado — decidiu transformar seu quarto de hospital em altar. Sim, você leu certo: casou-se ali mesmo, entre soro e monitor cardíaco.
Nada de igreja cheia ou buffet caro. A cerimônia foi simples, mas de uma beleza que arrancou lágrimas até dos enfermeiros mais durões. A noiva usava um vestido improvisado — branco, claro — e segurava um buquê de flores que alguém trouxera às pressas. O noivo, de terno e máscara cirúrgica, não disfarçava o sorriso mesmo com metade do rosto coberto.
"A gente não podia esperar", contou ele
O casal já tinha marcado a data antes do imprevisto médico. Quando o transplante foi agendado, a equipe do Hospital de Clínicas (que também não quis se identificar) botou a mão na massa. Em 48 horas, arrumaram até um "padrinho" improvável: o médico responsável pelo procedimento, que fez dupla função como celebrante.
— Foi tipo aqueles filmes americanos, sabe? Só que melhor — riu uma das enfermeiras, ainda com os olhos vermelhos. — No meio da rotina pesada, a gente lembra por que escolheu essa profissão.
Detalhe que ninguém esperava: o "sim" da noiva veio acompanhado de alta médica parcial. Os exames pós-operatórios estavam tão bons que os médicos liberaram — com ressalvas — a lua de mel. Um final feliz que nem roteirista de novela ousaria inventar.