
Imagine enfrentar quatro cirurgias de transplante em menos de 365 dias. Parece roteiro de filme, mas foi a realidade de um paciente de Florianópolis que virou caso raro nos anais da medicina brasileira.
O que começou como uma dor abdominal comum se transformou numa jornada épica entre UTIs, equipes médicas em alerta máximo e familiares rezando por milagres. "A cada alta, achávamos que o pior tinha passado", conta a irmã do paciente, ainda emocionada. "Até que vinha outro diagnóstico..."
O calendário da resistência
Março/2024: primeiro transplante de fígado. Julho: rim. Novembro: pâncreas. Fevereiro/2025: coração. Uma sequência que deixaria qualquer um de cabelo em pé - mas que teve final feliz.
"Casos assim são raríssimos", explica o cirurgião Dr. Renato Viana, ainda surpreso. "Não só pela complexidade, mas pela resiliência do organismo. É como se o corpo dele tivesse decidido viver contra todas as probabilidades."
O fator humano
Por trás dos números frios - 1.200 horas de cirurgia, 38 especialistas envolvidos, 9 meses de internação - há histórias que os prontuários não registram:
- A enfermeira que virou "anjo da guarda" nas madrugadas críticas
- O doador anônimo cujo gesto salvou duas vidas
- A fisioterapeuta que inventou exercícios adaptados na hora do cafezinho
"Quando você vê um caso desses", reflete a psicóloga do hospital, "entende que medicina não é só ciência. Tem algo de divino nisso tudo."
O paciente, agora em recuperação, já planeja criar um instituto para ajudar outros na mesma situação. "Quero devolver à vida o que ela me deu", disse, simples assim.