O mesmo aparelho de ultrassom microfocado que conquistou o universo da beleza pelo seu potente efeito lifting agora revela uma nova função terapêutica: o controle do suor excessivo. A tecnologia sul-coreana, conhecida como Liftera, mostrou-se eficaz no tratamento da hiperidrose axilar em um estudo recente conduzido na UNIFESP.
Da estética à terapia: a versatilidade do ultrassom
O Liftera já era queridinho de dermatologistas e celebridades por sua capacidade de firmar a pele e estimular a produção de colágeno. Porém, a dermatologista Maria Cristina Arci, da UNIFESP, descobriu que o equipamento pode ir além do rejuvenescimento. Em um relato de caso divulgado recentemente, a médica testou o Liftera 2 em um paciente de 27 anos com hiperidrose axilar moderada a intensa.
A condição, que afeta significativamente a autoestima e a qualidade de vida, concentra entre 20 mil e 30 mil glândulas sudoríparas nas axilas. Tradicionalmente, os pacientes recorrem a antitranspirantes potentes, medicamentos ou toxina botulínica, soluções que exigem manutenção constante ou causam desconforto.
Resultados impressionantes contra o suor excessivo
Na pesquisa, o ultrassom microfocado foi aplicado seguindo o protocolo batizado de UltraDry, que mira as glândulas sudoríparas em profundidade precisa, criando pontos de coagulação térmica sem danificar a pele. Os testes realizados antes do tratamento revelaram números surpreendentes: o paciente produzia 300 mg de suor em apenas cinco minutos – seis vezes além do considerado normal.
Após o tratamento com a tecnologia, o número caiu drasticamente para menos de 99 mg, representando uma redução superior a 67% na produção de suor. A melhora foi acompanhada de redução visível das áreas mais críticas, proporcionando ao paciente mais confiança e qualidade de vida.
Uma alternativa promissora e não invasiva
Segundo a dermatologista Maria Cristina, a técnica se mostra como uma opção segura e eficaz para quem sofre com o problema. "É uma técnica segura, eficaz e sem caráter invasivo, com resultados prolongados", afirma a especialista. Ela ressalta que efeitos leves, como sensibilidade ou dormência temporária, podem ocorrer, mas tendem a desaparecer rapidamente.
O achado reforça a versatilidade da tecnologia sul-coreana, que extrapola o território estético e passa a atender a uma demanda funcional. Embora os estudos ainda estejam em andamento, o aparelho de lifting desponta como uma promessa para quem busca controlar a hiperidrose sem depender de intervenções frequentes.
Para milhões de brasileiros que convivem com o suor excessivo, essa inovação representa uma esperança de tratamento mais prático e duradouro, unindo o que há de mais moderno em tecnologia médica e estética.