
Não é todo dia que a gente cruza com alguém disposto a dar literalmente um pedaço de si pelo outro. Mas foi exatamente isso que aconteceu no Sul do Rio de Janeiro, onde um homem – que prefere ficar no anonimato – fez o que muitos considerariam impensável.
Ele doou um rim para salvar a vida de uma amiga. E olha que a história não é tão simples quanto parece.
"Foi como voltar a viver"
"Pra mim, foi um renascimento", confessou o doador, com uma voz que misturava orgulho e uma certa timidez. Quem ouve pensa que ele está falando da amiga, mas não – é sobre ele mesmo. Aquele tipo de coisa que a gente só entende quando passa por algo parecido.
A cirurgia, realizada no mês passado, foi um sucesso. Os médicos ficaram impressionados não só com a compatibilidade – quase milagrosa – mas com a determinação dos dois. A amiga, que lutava contra uma doença renal crônica há anos, finalmente viu uma luz no fim do túnel.
O caminho até a doação
Nada foi feito às pressas. Foram meses de exames, consultas e, claro, muita papelada. O homem contou que a família torceu o nariz no começo – "Você tá maluco?" foi a pergunta que mais ouviu. Mas ele seguiu firme.
- Primeiro veio a ideia, quase como um impulso
- Depois, os exames que confirmaram: era compatível
- Por fim, a longa espera pela data da cirurgia
E sabe o que é mais curioso? Ele nem era o primeiro da lista de possíveis doadores. "Foi o destino", brinca, como quem não quer levar muito crédito pelo gesto.
Vida nova para os dois
Hoje, recuperados, os amigos planejam viajar juntos – algo impensável há alguns meses. A amiga, que antes mal conseguia sair de casa, agora fala em conhecer o Nordeste. Ele, por sua vez, descobriu que tem um rim a menos, mas um senso de propósito que multiplicou.
"A gente sempre acha que doar é perder algo", reflete. "Mas eu ganhei muito mais do que dei." Palavras que, convenhamos, não saem da boca de qualquer um.
Os médicos da região não escondem o orgulho. Casos como esse são raros – não pela parte técnica, mas pela generosidade envolvida. Afinal, quantas pessoas você conhece que fariam o mesmo?