
Quem diria que algo tão comum como o pãozinho francês poderia ser o vilão da história para tanta gente? Pois é, o glúten — essa proteína presente no trigo, centeio e cevada — pode causar um verdadeiro rebuliço no organismo de algumas pessoas. Mas atenção: nem todo mundo que se sente mal ao comer um pedaço de pizza está no mesmo barco.
Doença celíaca: quando o corpo declara guerra ao glúten
Imagine seu sistema imunológico como um exército superzeloso que, em vez de proteger, ataca seu próprio intestino delgado só porque você comeu um biscoito. É assim que funciona a doença celíaca — uma reação autoimune que pode causar diarreia, perda de peso e até desnutrição. E olha que não é brincadeira: estima-se que 1% da população brasileira tenha essa condição, mas muitos nem sabem!
O diagnóstico? Exames de sangue específicos e, em alguns casos, uma biópsia intestinal. E a solução? Corte total do glúten da dieta — sem exceções, sem "só hoje".
Sensibilidade não celíaca: o mistério sem nome certo
Aqui a coisa fica mais nebulosa. A pessoa sente inchaço, dor abdominal, cansaço... mas os exames para doença celíaca dão negativo. "Ah, então é frescura?" Nada disso! A ciência ainda está desvendando esse quebra-cabeça, mas uma coisa é certa: os sintomas melhoram quando o glúten é evitado.
Diferente da doença celíaca, nesse caso não há dano intestinal permanente. Mas convenhamos: passar mal depois de comer não é exatamente um programa divertido, certo?
Alergia ao trigo: quando o perigo é imediato
Essa é a mais dramática das três. Em minutos ou horas após a ingestão, pode vir coceira, inchaço na garganta, dificuldade para respirar — em casos graves, até anafilaxia. Aqui o problema é com as proteínas do trigo (não só o glúten), e o diagnóstico é feito com testes alérgicos.
O tratamento? Evitar o trigo como o diabo foge da cruz. E sempre ter um epinefrina à mão, caso ocorra uma reação grave.
Como descobrir qual é o seu caso?
Primeira regra: não faça autodiagnóstico! Tirar o glúten por conta própria pode atrapalhar os exames. O caminho é:
- Consultar um gastroenterologista ou alergista
- Fazer os exames específicos antes de mudar a dieta
- Em caso de sensibilidade, considerar acompanhamento com nutricionista
E aquele papo de "dieta sem glúten é mais saudável"? Balela! Para quem não tem nenhuma dessas condições, cortar o glúten sem necessidade pode até levar a deficiências nutricionais. Cada caso é um caso — e é por isso que diferenciar essas condições é tão importante.