Câncer de próstata: 48 mortes por dia no Brasil e 98% de cura se detectado cedo
Câncer de próstata: 48 mortes diárias no Brasil

Câncer de próstata: segundo tipo mais comum entre homens brasileiros

O câncer de próstata representa uma das maiores preocupações na saúde masculina no Brasil, sendo o segundo tipo mais comum entre os homens, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e do Ministério da Saúde. A doença causa uma média assustadora de 48 mortes por dia em todo o país, destacando a urgência de campanhas de conscientização como o Novembro Azul.

Importância do diagnóstico precoce e prevenção

Quando descoberto em fase inicial, as chances de cura do câncer de próstata podem chegar a 98%, conforme informações do National Cancer Institute (NCI). O Dr. Valter Gouvêa, urologista cooperado da Unimed Cuiabá, enfatiza que manter hábitos saudáveis e a prática regular de atividades físicas ajuda significativamente na redução do risco de desenvolver a doença.

A próstata é uma glândula pequena localizada abaixo da bexiga, responsável pela produção de parte do sêmen. O câncer ocorre quando suas células se multiplicam de forma desordenada, podendo atingir tecidos próximos ou se espalhar para outros órgãos em casos mais avançados.

Desafios no combate à doença

O preconceito e o medo em relação aos exames ainda são os principais obstáculos para um tratamento eficaz, conforme destaca o Dr. Valter Gouvêa. "Quando descoberto cedo, o câncer de próstata tem grandes chances de cura. O medo, o preconceito e a resistência em procurar o urologista atrasam o diagnóstico", alerta o especialista.

O médico também ressalta o papel fundamental das mulheres neste processo: "Muitas vezes, são elas que incentivam os homens da família a cuidarem da saúde e realizarem o check-up".

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar 71.730 novos casos por ano entre 2023 e 2025, o que representa um risco estimado de 67,86 casos para cada 100 mil homens.

Avanços tecnológicos no diagnóstico e tratamento

Nos últimos anos, os avanços tecnológicos têm contribuído para diagnósticos mais precisos e tratamentos menos invasivos. Além dos exames tradicionais, como o PSA e o toque retal, o uso da ressonância magnética multiparamétrica auxilia na detecção precoce de tumores.

As cirurgias robóticas representam outro avanço significativo, oferecendo recuperação mais rápida e resultados mais eficazes. "Hoje conseguimos tratar de forma personalizada, considerando as características de cada paciente e o tipo de tumor. A tecnologia tem sido uma grande aliada na luta contra o câncer de próstata", afirma Dr. Gouvêa.

Sintomas que merecem atenção

  • Dificuldade para urinar
  • Jato urinário fraco ou interrompido
  • Presença de sangue na urina ou no sêmen
  • Dor ao urinar ou dor óssea, especialmente na coluna e quadris

Principais fatores de risco

  • Idade: o risco aumenta após os 50 anos
  • Histórico familiar: homens com pai ou irmãos diagnosticados devem iniciar o acompanhamento a partir dos 45 anos
  • Raça: homens negros têm maior propensão à doença e a formas mais agressivas
  • Hábitos de vida: sedentarismo, obesidade e alimentação rica em gordura elevam o risco

Dr. Gouvêa orienta que "manter hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, peso adequado e prática regular de atividade física, ajuda a reduzir o risco e melhora a saúde de forma geral".

Alerta sobre câncer de pênis

A SBU também chama a atenção para outro problema grave: aproximadamente 500 homens têm o pênis amputado por ano no Brasil em decorrência do câncer de pênis. A falta de higiene íntima é o principal fator de risco, já que o acúmulo de secreções sob o prepúcio pode causar infecções e inflamações crônicas.

Outros fatores incluem infecção por HPV, fimose não tratada e tabagismo. "Esse é um tipo de câncer amplamente evitável com atitudes simples: higienizar corretamente a região, tratar a fimose quando indicado e usar preservativo nas relações sexuais. Informação e prevenção são as melhores formas de reduzir os casos graves", finaliza o médico.

As informações são do Dr. Valter Torezan Gouvêa Júnior, inscrito no CRM-MT 4456.