Sexo no Brasil: iniciação mais tardia e relações mais longas
Brasileiros iniciam vida sexual mais tarde e transam mais

Mudanças no comportamento sexual dos brasileiros em 20 anos

Uma pesquisa inédita revelou transformações significativas nos hábitos sexuais da população brasileira nas últimas duas décadas. O estudo, que comparou dados de 2005 com informações coletadas recentemente, mostra que os brasileiros estão iniciando sua vida sexual mais tarde e dedicando mais tempo às relações sexuais quando elas acontecem.

Iniciação sexual mais tardia

Os números mostram uma mudança marcante no padrão de iniciação sexual no país. 30% dos brasileiros têm sua primeira relação sexual apenas depois dos 19 anos, um cenário bastante diferente do observado em 2005, quando o início da vida sexual ocorria majoritariamente a partir dos 15 anos.

De acordo com a psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo, essa postergação da iniciação sexual tornou-se cada vez mais comum na sociedade brasileira. "É muito frequente que a iniciação seja postergada", confirma a especialista, destacando uma tendência que vem se consolidando ao longo dos anos.

Mais qualidade e duração nas relações

Se por um lado a frequência das relações sexuais diminuiu, por outro a qualidade e duração aumentaram significativamente. Os brasileiros estão transando menos vezes por semana, mas quando o fazem, dedicam mais tempo ao ato sexual.

A duração média do sexo passou de 10 minutos para 15 minutos, representando um aumento de 50% no tempo dedicado às relações íntimas. Esse crescimento está diretamente ligado à valorização das preliminares, que ganharam importância no contexto sexual contemporâneo.

"As preliminares ganharam importância, até pela necessidade da mulher de se satisfazer", explica Carmita Abdo, destacando como a preocupação com o prazer feminino influenciou essa mudança de comportamento.

O impacto da internet na sexualidade

A internet aparece como principal responsável pela transformação nos comportamentos sexuais dos brasileiros. Com o avanço do sexo virtual, as pessoas passaram a ter contato com a sexualidade sem sair de casa, por meio de telas, aplicativos, pornografia e conversas eróticas online.

Essa exposição digital à sexualidade criou novos paradigmas e possibilidades. "Na própria casa, diante de uma tela, a pessoa faz sexo tantas vezes quanto sentir que precisa", comenta Carmita, ressaltando como a tecnologia modificou o acesso às experiências sexuais.

O estudo evidencia que a relação dos brasileiros com a sexualidade está em constante evolução, refletindo mudanças sociais, tecnológicas e culturais que impactam diretamente a forma como vivenciamos o prazer e a intimidade.